O juiz federal Sergio Moro encaminhou ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) indícios de envolvimento da senadora paranaense Gleisi Hoffmann (PT) e do ex-ministro Paulo Bernardo (PT) na Operação Lava Jato. Segundo o despacho, parte do dinheiro repassado da Consist ao escritório do advogado Guilherme Gonçalves foi usado para pagar despesas da senadora. Um dos exemplos citados no despacho de Moro é o pagamento do salário de um motorista de Gleisi.
Segundo os investigadores, Gonçalves era responsável por administrar o “Fundo Consist”. De acordo com o despacho de Moro, uma planilha de fevereiro desse ano apreendida no escritório de Gonçalves revela que no “Fundo Consist, com crédito de R$ 50.078,00, foram efetuados diversos lançamentos de débitos em favor da senadora e de pessoas ligadas a ela”.
Na planilha apreendida estão listados débitos como o pagamento de uma multa relacionada ao nome de Gleisi, no valor de R$ 1,3 mil, e débitos relacionados a Zeno Minuzzo secretário de finanças do diretório estadual do PT e Hernany Mascarenhas motorista.
Marido
O ex-ministro Paulo Bernardo, marido de Gleisi, também aparece nas anotações apreendidas. De acordo com o despacho de Moro, em um dos documentos apreendidos consta anotação “do pagamento de R$ 50 mil de honorários pela Consist a Guilherme em 29/09/2011, ele teria acertado com o ex-ministro Paulo Bernardo (…) que ficaria, desta feita, com todo o montante”. Para Moro, a anotação indica que os valores não se tratavam de honorários.
Em nota, a senadora Gleisi Hoffman (PT) afirmou que conhece o advogado Guilherme Gonçalves há muito tempo e que em 2008 e 2010 foi advogado das campanhas da senadora.