Os parlamentares eleitos pela coligação PT-PDT-PMDB-PSC-PR serão os principais cabos eleitorais da ex-ministra Dilma Rousseff (PT) no segundo turno das eleições presidenciais no Paraná.

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Cada um dos 34 deputados coordenará a campanha em sua região de atuação. A estratégia foi definida na reunião de quinta-feira à noite, que aclamou o governador Orlando Pessuti (PMDB) como coordenador-geral da campanha.

A senadora eleita pelo PT, Gleisi Hoffmann, que também coordenará a campanha, disse que os aliados precisarão atuar com força, já que, do lado adversário, Serra contará com o apoio do governador eleito, Beto Richa (PSDB).

“É lógico que ele vai participar ativamente. Governador eleito, vai querer mostrar serviço. Nós temos que enfrentar isso, deixando bem claro que dois projetos distintos estão em disputa, e não apenas a posição dos candidatos sobre um único tema”, disse.

Elias Dias
Gleisi: dois projetos distintos.
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Gleisi disse que o partido avaliou que a campanha de desconstrução da candidatura de Dilma, “baseada, principalmente, em valores religiosos”, como a principal causa da diferença de Dilma sobre os adversários ter caído a ponto de levar a eleição para o segundo turno.

“Agora, com esse diagnóstico, sabemos o que está acontecendo, e sabemos como agir. Vamos repolitizar a campanha. Fazer esse debate de quem é quem: a Dilma é a ministra do Lula, que gerou emprego, que administrou o PAC, que tirou as pessoas da pobreza. O Serra é o ministro do Fernando Henrique, do apagão, do baixo salário mínimo, do desemprego, da dívida com o FMI”, disse.

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A senadora eleita lamentou a grande exploração da questão do aborto na atual fase da campanha. “Eu não acho que o debate sobre o aborto seja um debate menor, não é isso. É um debate sobre a vida e nós temos que fazê-lo. Mas, dos candidatos a presidência, temos apenas que tirar um posicionamento claro, e já tivemos. Temos que entender que essa discussão se dará no âmbito do Congresso. E os deputados e senadores que vão debater esse tema, assim como outros temas relativos a valores religiosos e morais já foram eleitos”, disse.

“Temos que mostrar à sociedade que a eleição presidencial precisa resgatar temas que são da função do presidente da república e não estão sendo discutidos: qual o modelo de política educacional que queremos? Qual a política de segurança? Isso tem que preocupar a sociedade. Isso deveria despertar o interesse das pessoas como essa questão do aborto”, diz ela.

A petista disse já ter um perfil básico do eleitor que votou em Marina Silva no primeiro turno. Público que o partido precisará atrair para a campanha de Dilma. “Vejo como um eleitor jovem, ligado às questões ambientais e, grande parte, evangélico, religioso. Por isso vamos cuidar com carinho desses três setores”, disse, explicando que a campanha atuará mostrando as conquistas do governo do PT para essas áreas, como o Prouni e Projovem, a redução do desmatamento e os investimentos em novas fontes de energia limpa.

“E fazer a discussão de valores para o eleitor religioso, mas mostrando que o debate será no parlamento e o que é importante é que o candidato tenha posição”.