A presidente do diretório estadual do PT do Paraná, Gleisi Hoffmann tranquilizou o governador Roberto Requião (PMDB), ontem, ao garantir que o PT não tem nenhum acordo fechado com o PDT de Osmar Dias para as eleições do ano que vem e que conta com o PMDB na construção das alianças visando as sucessões estadual e federal.
Gleisi, que visitou o governador no Palácio das Araucárias para tratar da audiência pública sobre o pré-sal, que ocorrerá no próximo dia 21, tentou corrigir o que classificou de interpretação errada ou pela metade das declarações do ministro do planejamento, Paulo Bernardo, seu marido, de que o PT vai entrar de cabeça na campanha de Osmar Dias.
“A visita não foi sobre esse tema, mas é lógico que falamos sobre política. Deixei claro ao governador que o que o Paulo Bernardo disse é que haverá reciprocidade na composição da aliança. O PT vai entrar de cabeça na campanha de quem entrar de cabeça na candidatura da ministra Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República”, disse Gleisi.
Na última sexta-feira, ao participar de um evento sobre o programa Minha Casa, Minha Vida, o ministro do Planejamento declarou que o PT entraria de cabeça na campanha de Osmar Dias, declaração que irritou o governador Roberto Requião, que resiste em aliar o PMDB a seu adversário nas eleições de 2006 e conta com o apoio do PT (que faz parte de seu governo) para a candidatura de seu vice, Orlando Pessuti (PMDB).
“As declarações foram divulgadas pela metade ou mal interpretadas. O Paulo Bernardo disse isso em tese, se fechar a aliança. Mas não tem nada definido, estamos apenas em conversações. Só que tem setores do PMDB, não o governador, que aproveitaram e tentaram usar essa declaração para tentar nos afastar, pois querem estar do outro lado”, comentou Gleisi, que reconheceu que o governador estava chateado com a notícia. “Ele disse que achou que não foi oportuna essa declaração. Mas entendeu que estamos apenas conversando e deixamos claro que queremos estar com o PMDB também, que sabemos da força do partido e do governador Roberto Requião e contamos com a manutenção de nossa caminhada conjunta”.
A presidente estadual do PT disse ainda ter confiança de que PDT e PMDB chegarão a um consenso para caminharem juntos com o PT no ano que vem. “Se estamos juntos na aliança nacional, não há porque ser diferente aqui. Não é simples, tem a questão do Estado, das eleições passadas e tem de se respeitar os atores desse processo, como os pré-candidatos Osmar e Pessuti. Mas o governador está ciente de sua responsabilidade e sabe que caberá a ele decidir para onde vai levar o PMDB e definir o panorama. Nós vamos de cabeça na aliança que for formada, mas queremos que todos também entrem na da Dilma”, disse, reafirmando considerar cedo para as definições sobre alianças e, principalmente, nomes, e admitindo esperar a definição do senador Osmar Dias. “Mas parece que com o PSDB ele não vai, ele está com o presidente Lula”.
Sobre a conversa a respeito do pré-sal, Gleisi saiu mais do que satisfeita da reunião com o governador. “Ele não só apoiou a audiência pública, como revelou interesse em organizar um seminário, como fez para discutir a crise”, comemorou.
