Gleisi disputa o PT pensando em 2008

Já no clima das eleições municipais do ano que vem, o Partido dos Trabalhadores (PT) prepara-se para o seu III Congresso Nacional e o processo eleitoral que vai escolher a nova direção do partido nos âmbitos nacional, estadual e municipal, marcados para o dia 2. Ontem, em Curitiba, a chapa Construindo um novo Brasil lançou oficialmente sua candidatura e a da advogada Gleisi Hoffmann para a presidência estadual do partido.

A chapa, que tem como candidato à presidência nacional o atual presidente da sigla, Ricardo Berzoini, tem, como membro, o atual presidente estadual da legenda, deputado federal André Vargas, além do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e outros importantes nomes do partido no Estado. O candidato da chapa à presidência do partido em Curitiba é o vereador André Passos.

Para o atual presidente do PT no Paraná, o processo eleitoral dentro da legenda é um dos principais diferenciais do partido. ?Nenhum outro partido tem eleições diretas para a direção nos três âmbitos. O bate-chapa não indica divergências internas, e sim diferentes pontos de vista dentro de um mesmo ideal. Os debates não discutirão o PT, mas sim o Paraná e o Brasil?, disse André Vargas. Neste ano, disputando a direção estadual do PT quatro chapas (Mensagem para Mudar o PT, Estrela da Gente, PT Militante e Socialista e Construindo um Novo Brasil) e três candidatos a presidente (Assis Miguel do Couto, José Aparecido da Silva e Gleisi Hoffmann).

Candidata à presidência estadual do partido e apontada como o nome mais forte do PT para disputar a Prefeitura de Curitiba, Gleisi Hoffmann já fala nas eleições do ano que vem. ?Vamos apresentar uma proposta diferente para Curitiba, voltada para a área social. Obras são importantes sim, mas o povo da cidade precisa de mais atenção, de mais saúde e segurança?, disse revelando, também, que o PT pretende manter o acordo firmado com o PMDB para candidaturas conjuntas nas cidades onde não houver segundo turno e candidaturas próprias, com apoio no segundo turno, nos municípios com mais de 200 mil habitantes.

Segunda colocada nas eleições para o Senado no ano passado, quando somou 45% dos votos, Gleisi vê no sucesso de sua última campanha um empurrão para a disputa do ano que vem. ?Na eleição do ano passado eu não era conhecida do grande público, entrei na disputa com 2% das intenções de voto e alcancei uma grande votação. Agora os eleitores me conhecem, têm uma referência de quem eu sou e quais são minhas propostas?, disse. ?Mas tenho consciência que o resultado de uma eleição não influência outra?, ponderou.

Se em 2006, Gleisi teve parte de sua expressiva votação como conseqüência da rejeição de seu adversário, o senador reeleito Alvaro Dias (PSDB), desta vez ela deverá um adversário, o prefeito Beto Richa (PSDB) com mais de 70% de aprovação dos curitibanos, o que será um grande teste para sua vida política. ?O grande desafio não é derrotar o adversário, é vencer com a melhor proposta e é isso que vamos apresentar na campanha, uma proposta diferente para administrar Curitiba. Além disso, avaliação de gestão não representa votos nas urnas?, concluiu.

Assis do Couto lança candidatura

 Foto: Agência Câmara

Couto: deputado defende mudança no PT.

O deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP) lança amanhã, em Curitiba, sua candidatura à presidência nacional do PT pela chapa Mensagem ao Partido, em solenidade na sede estadual do partido, onde também será lançada a candidatura do deputado federal Assis do Couto (PT-PR) à presidência estadual do PT, pela chapa estadual Mensagem para Mudar o Partido.

As candidaturas de Cardozo e de Assis têm o apoio do também deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR), integrante da corrente de esquerda Democracia Socialista (DS).

?Como deputado, José Eduardo Cardozo já demonstrou sua grande capacidade política?, disse Dr. Rosinha. ?Para manter a independência necessária e os princípios ideológicos e éticos do partido, José Eduardo é a pessoa mais indicada para presidir o PT?, acrescentou.

A chapa defende a mudança do modelo de direção hoje vigente no partido. ?Não serve mais aos objetivos do PT aquele modelo de direção que foi revelado a todos na crise de 2005, e que concentrou o poder partidário num pequeno grupo dirigente de um campo majoritário?, diz a proposta do grupo, que prega a defesa do governo Lula, mas combinada com o papel do partido de ?identificar os limites da ação do nosso próprio governo? e de ?lutar por avanços coerentes com os interesses sociais que representamos?. (RP)

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