Tensão

Gleisi defende postura dos deputados petistas

A presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, disse ontem, 21, que a permanência da bancada do partido na base aliada é uma decisão que cabe ao governador Roberto Requião (PMDB).

“Não cabe a nós decidir isso. O governo é que deve dizer se quer o PT na base. A responsabilidade é de quem lidera a base. Nós não vamos mudar a nossa forma de atuar”, declarou a dirigente petista.

Ela comentou que há diversas formas de se tratar os descompassos entre aliados e citou o exemplo da criação da CPI da Petrobras, no Senado. Gleisi observou que uma boa parte das assinaturas para a criação da CPI da Petrobras foi fornecida por peemedebistas. “Mas nem por isso, o presidente Lula (PT) ameaçou o partido aliado com represálias”, disse.

A estratégia adotada pela liderança do governo na votação do projeto de reajuste de 6% foi apontada pela presidente estadual do PT como um dos fatores que desencadeou as tensões com a bancada do PT e a ameaça de exclusão dos petistas da base aliada.

O líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), insistiu em fazer a votação das dezessete emendas em bloco, misturando as propostas da oposição, que previam 15% de reposição a partir deste mês, e as sugestões do PT, que proporcionavam ao governo a possibilidade de atingir esse percentual, mas de acordo com o crescimento da receita.

“O encaminhamento dado, aglutinando as emendas, provocou essa situação. Porque a bancada do PT não queria votar as emendas demagógicas e oportunistas da oposição. Os nossos deputados queriam mediar a relação com os servidores e foi por isso que o líder agiu corretamente ao liberar a bancada”, afirmou.

Dos seis deputados petistas, apenas Pedro Ivo Ilkiv votou com o governo. Péricles Mello, Luciana Rafagnin e Elton Welter se abstiveram e José Lemos e Tadeu Veneri votaram a favor das emendas.

“São dois deputados que se elegeram com o compromisso de representar os servidores. O partido não tem como pedir a estes deputados que votem contra suas bases. Nós sempre ajudamos o governo e não houve o intuito de prejudicar. Mas a situação ficou difícil com o encaminhamento dado pelo líder do governo”, afirmou Gleisi.

A presidente estadual do PT questionou ainda o tratamento diferenciado que os petistas que se abstiveram ou votaram contra o texto original do projeto iriam perder depois da votação.

“Não é uma expressão correta. Se o parlamentar está levando uma postulação justa para a comunidade tem que ser atendido como qualquer outro”, criticou a presidente do partido.