O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, manteve o seu entendimento e votou a favor da execução de penas – como prisão – após a condenação pela justiça de segundo grau. Com o voto de Gilmar, cinco ministros se manifestaram a favor da mudança de entendimento, enquanto quatro votaram contra. São necessários seis votos para que uma das posições seja definitiva.

continua após a publicidade

Gilmar afirmou que “praticamente não se conhece no mundo civilizado um país que exija o trânsito em julgado” para a condenação. Para ele, no caso da justiça brasileira o habeas corpus é um recurso eficaz para anular decisões e combater injustiças. Ele considerou que já há garantias institucionais de presunção de inocência no andamento processual, desde a abertura de investigação até a condenação.

continua após a publicidade

Até o momento, apenas o ministro Dias Toffoli mudou seu entendimento sobre o assunto, sugerindo que a execução da pena comece após a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em fevereiro, durante o julgamento de um habeas corpus que originou a discussão de hoje, ele foi com a maioria para permitir a execução da prisão após a segunda instância. Nesta quarta, contudo, ele acompanhou a ala contrária à decisão.

continua após a publicidade

A tendência é de que, além de Toffoli, todos os outros ministros mantenham a mesma posição da votação do início do ano e que o STF autorize as prisões de condenados em segunda instância.

O julgamento já dura mais de quatro horas. Neste momento, o ministro Celso de Mello anuncia o seu voto. Na votação de fevereiro ele votou contra a mudança de entendimento. Depois dele, só faltará o voto da presidente do STF, Carmen Lúcia, que votou anteriormente a favor da execução antecipada da pena.