O ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou que já são 498 municípios que contam com a presença das Forças Armadas neste domingo de eleições, número superior ao das eleições municipais de 2012, quando 477 municípios contaram com esse apoio para a segurança e a logística nas votações.
Para Jungmann, o aumento da presença das Forças Armadas em municípios durante as eleições se deve aos cortes de gastos com segurança por parte dos Estados, como reflexo da crise fiscal.
Desse total, estão incluídos os seis municípios da Paraíba, cujo deslocamento do efetivo das Forças Armadas foi autorizado neste domingo. No total, são 25,4 mil militares do Exército, da Marinha e Aeronáutica em 16 Estados. Dessas localidades, 103 solicitaram o apoio logístico das tropas para o transporte de urnas eleitorais e funcionários dos tribunais eleitorais. Em outras 395 cidades, os militares foram convocados para garantir a segurança para a votação e apuração. Estão sendo utilizados 1.241 viaturas, 4 blindados, 90 embarcações, um navio patrulha e 30 aeronaves.
Jungmann afirmou que na madrugada deste domingo houve ataques com coquetéis molotovs para incidir três escolas em São Luís, no Maranhão, que estavam preparadas para receber os eleitores. Segundo o ministro, a tentativa de incendiar os colégios não foi bem sucedida. Em um dos casos, houve disparo de um tiro de advertência por parte do efetivo das Forças Armadas. Os colégios foram abertos para a votação, às 8 horas, e até às 11 horas deste domingo não foi registrado nenhum tipo de incidente na cidade, segundo o ministro.
Ontem, o ministro, acompanhado do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, visitaram São Luís, no Maranhão, onde, de acordo com Mendes, organizações criminosas de dentro de presídios causaram pânico por ordenar ataques a escolas usadas para as votações.
Mendes esteve na manhã deste domingo no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo para acompanhar a votação paralela, sistema de auditoria de segurança das urnas eletrônicas. O ministro afirmou essa foi uma das eleições com mais episódios de violência da história e que isso é reflexo do aumento da insegurança pública no País.
“Houve uma deterioração do quadro de segurança pública e isso se reflete no processo eleitoral”, disse ele. “Temos mais violência do que tivemos em 2012.” Ele, que esteve na Baixada Fluminense para acompanhar os casos recentes de violência no Rio de Janeiro, afirmou que foram feitos pedidos de força federal em mais de 400 municípios pelo País. “Sabemos que muitos desses casos têm relação com o crime organizado. A última coisa que queremos é o crime organizado envolvido com a política.”
O Ministério da Defesa mandou 500 homens para São Luís. No total, em todo o País, a reserva de militares que podem ser deslocados a qualquer momento para reforçar a segurança nas eleições é de 2,8 mil homens. Para a capital maranhense, estão na reserva 180 soldados.
Jungmann disse que o presidente Michel Temer pediu ao ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que convocasse uma reunião com os ministros para discutir questões relativas à segurança. O encontro deve ocorrer depois da visita do presidente à Argentina, provavelmente na terça-feira.
O Rio de Janeiro é o Estado com o maior número de militares das Forças Armadas: 6,5 mil em 11 cidades. É o único dos Estados do Sudeste a pedir o reforço das Forças Armadas. Segundo o ministro, 1 milhão de fluminenses estão sob o domínio de milícias e do tráfico de drogas. “Os direitos constitucionais não estavam sendo respeitados nesses municípios. As pessoas estavam sendo ameaçadas de exercer o direito de fazer uma escolha livre, de exercer um dos princípios básicos da democracia, que é escolher quem vai representá-las”, afirmou.
A região Norte tem aproximadamente 7,7 mil militares; no Nordeste, são 6,1 mil soldados; no Centro-Oeste, o efetivo é de 2,3 mil pessoas; e no Sul, 2,8 mil homens.