O ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, avaliou nesta terça-feira, 18, durante audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Fiscalização e Controle do Senado, que as pequenas marchas realizadas no País em 2010 e 2011 contra a corrupção se fortaleceram. “Há uma busca clara pela ética. Isso veio para ficar”, afirmou.

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Ele relatou que, numa conversa que teve com um estudante que fazia manifestação na porta do estádio Mané Garrincha, no último sábado (15), o jovem lhe perguntou quanto custava a “mansão em que ele morava”. O ministro respondeu que morava num apartamento funcional. “É preciso ter coragem para abrir um debate franco e honesto”, afirmou.

Durante a sessão da comissão do Senado, dirigindo-se ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que atuou na resistência ao regime militar nos anos 60 e 70, Carvalho disse que a atual geração de manifestantes tem novas demandas. “Nem no nosso tempo, senador Aloysio, conseguimos colocar 100 mil pessoas nas ruas em poucas horas. Eles, os jovens, dizem que a gente usa o repertório do século passado para dialogar e não entendemos o que está acontecendo. Nós estávamos acostumados com carro de som e lideranças para negociar e eles agora não têm carro de som e nem um comando.”

O senador Aloysio Nunes interveio e disse que “naquele tempo, não era tão bom assim” e que o País hoje vive um período de democracia, demonstrando sua insatisfação com o excesso de violência. Gilberto Carvalho então concordou e disse que as autoridades públicas não podem tolerar a perturbação da ordem e invasões de órgãos públicos.

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O ministro também foi questionado pelo senador Agripino Maia (DEM-RN) sobre se a agenda do governo não estava desligada das demandas da sociedade. Em sua fala, o ministro disse que a sociedade brasileira superou obstáculos nos últimos anos, como a pobreza e a falta de emprego. Ele disse que hoje ainda há outros problemas nas áreas de transporte e saúde. Nesse momento, ele ainda relatou que os manifestantes reclamaram que o governo gastou R$ 1,6 bilhão para construir o estádio Mané Garrincha em Brasília e que o Hospital Regional da Asa Norte, há poucos quilômetros da arena, tem um “monte de problemas”. “Estaremos na contramão da história se não estivermos sensíveis a essas demandas”, disse Carvalho.