O economista Eduardo Giannetti da Fonseca, um dos assessores da provável candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, afirmou nesta segunda-feira, 18, que não vê “diferenças fundamentais em economia nos dois candidatos” da oposição, referindo-se a Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva, que ainda não foi confirmada como a candidata do PSB. “Há diferença na visão sobre a forma de governar e vínculo com as outras forças políticas, processo de formação de maioria”, junto ao Congresso. “Há valores em jogo. Temos que construir um país mais generoso para seus cidadãos”, destacou em evento em São Paulo.

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Ao final da palestra, ele não quis detalhar seu ponto de vista sobre as diferenças entre Marina e Aécio. Ele destacou que não estava autorizado a falar pelo comando da campanha do PSB e Rede.

Giannetti discordou um pouco de Mansueto Almeida, economista que assessora Aécio Neves, quando disse que um ajuste fiscal adequado para corrigir a gestão das contas públicas deveria requerer de 2 a 3 anos para ser implementado. Almeida destacou que um superávit primário que estabiliza a dívida líquida precisa atingir entre 3% e 3,5% do PIB. “Eu acho que há uma leve margem de manobra do governo para realizar esse ajuste”, destacou Giannetti. Contudo, ele não disse para quanto Marina Silva elevaria o superávit primário caso seja eleita presidente.

Licenças ambientais

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Giannetti afirmou ainda que, na sua visão pessoal, é possível avançar com rapidez o processo de licenciamento de projetos de infraestrutura dentro do atual marco regulatório ambiental. “Uma coisa é o código florestal que é a nova realidade, temos de implementar agora. Outra coisa é processual. É preciso aprimorar o processo de licenciamento. As autorizações de licenciamento ambiental precisam avançar muito”, comentou. “O Brasil no século 21 precisa ter uma nota de corte alta, o agronegócio brasileiro depende de um meio ambiente íntegro, inclusive na Amazônia”, ponderou.

“Dá para melhorar muito (a concessão de) autorizações ambientais de projetos de infraestrutura com nível de exigência adequado”, apontou. “Isso vai trazer clareza e segurança jurídica para empresários, que precisam saber o que podem ou não fazer. Vai acontecer dentro do marco legal e elevar os investimentos”, ressaltou. “Não podemos ficar no processo de opacidade no processo autorizativo, com muitas agências superpostas. Ninguém sabe quem dá a decisão.”

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Ele citou como exemplo dessa realidade uma situação na qual o excesso de insegurança jurídica inviabiliza a construção de uma hidrelétrica, que é substituída por uma termelétrica a carvão, que provoca impactos ambientais muito maiores.

Juros

Giannetti afirmou também que o patamar da Selic em 2015 dependerá “do tamanho do ajuste fiscal e do choque de confiança” que o próximo governo adotará a partir do próximo ano.

“Quanto maior o choque de confiança que será implementado menor será a necessidade de ajuste”, comentou. “Mas o juro no Brasil já está suficientemente elevado”, ponderou. Segundo ele, é fundamental que o próximo governo resgate a comunicação plena entre as políticas monetária e fiscal, o que não existe hoje na administração Dilma Rousseff.