Em depoimento à CPI da Petrobras, o gerente jurídico de Gestão e Desempenho da estatal, Nilton Maia, negou que houvesse interferência da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) nos contratos da companhia. Em audiência pública na comissão no dia 28 de abril, o hoje gerente de Informação Técnica e Propriedade Intelectual da Petrobras, Fernando de Castro Sá, disse que havia ingerência da entidade que reúne empreiteiras na área de orientação contratual da empresa.

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Na ocasião, Sá revelou que reclamava da situação desde 2005 e que sofria pressão de seu superior direto, Nilton Maia, para apoiar pareceres, mas ele se recusou a ratificar tais documentos. Aos parlamentares, ele afirmou que havia consulta à entidade sobre alterações nos procedimentos contratuais. “Nitidamente eu via que havia uma situação de mercado estranha”, contou o gerente há mais de um mês.

Maia disse nesta tarde que não havia interferência da Abemi e afirmou que Sá foi afastado porque não concordava com as diretrizes da gerência. “Tínhamos de preservar a harmonia (do setor)”, justificou. Sá ocupava um cargo de confiança e atuava na área de Abastecimento, da diretoria de Paulo Roberto Costa.

O gerente jurídico disse aos parlamentares que a Petrobras adotou medidas para agir em sintonia com o Ministério Público e que suspendeu de seu cadastro 23 empresas que estavam sendo investigadas na Operação Lava Jato. Sobre o pagamento de propina da holandesa SBM Offshore a funcionários da estatal, Maia disse que não foram identificadas irregularidades na época.

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