Os tucanos não esperavam que deputados e senadores do partido preferissem a candidatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, à do prefeito José Serra. Eles avaliam que o resultado da pesquisa vai tornar mais dramático o processo de escolha do candidato e acirrar a disputa entre o prefeito e o governador. "O melhor era que a gente não tivesse se pronunciado nesta enquete", disse o líder do PSDB, deputado Alberto Goldman (SP).
Além disso, todos os tucanos defenderam ontem que o candidato fosse escolhido numa consulta ampla ao partido, sendo ouvidos a executiva, os parlamentares, diretórios regionais e candidatos aos governos dos estados e ao Senado. "Todos querem ser ouvidos, e eles têm razão, vamos fazer a consulta mais ampla possível", afirmou o vice-presidente, deputado Eduardo Paes (RJ).
"Temos que tomar uma decisão rápida e por um critério amplo e democrático, mas nunca numa convenção ou prévia", comentou o ex-líder do partido na Câmara Jutahy Magalhães Junior (BA). O coordenador da Frente Parlamentar da Saúde, deputado Rafael Guerra (MG), afirmou que o resultado da enquete realizada pelo jornal O Globo demonstra que "a bancada se preocupa com o desgaste pelo eventual afastamento do prefeito José Serra". Para os parlamentares tucanos, a candidatura de Alckmin, que está no fim de seu mandato no governo de São Paulo, é considerada a natural.
Na enquete divulgada ontem, realizada com 64 deputados e senadores, Alckmin alcançou 33 votos, contra 22 de Serra, que é o tucano mais bem colocado nas pesquisas de opinião. Alckmin foi escolhido o melhor candidato por 27 deputados e seis senadores numa enquete com voto secreto em urna fechada. Votaram 64 dos 68 parlamentares do partido.
