O ministro da Justiça, Tarso Genro, defendeu o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), delegado federal Paulo Lacerda, afastado temporariamente do cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a denúncia de interceptação ilegal de conversa telefônica entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). “Lacerda é um homem sério. Pelo que conheço de sua história, de seu currículo, ele não determinaria qualquer ação ilegal como essa”, afirmou o ministro.
Genro disse não acreditar que Lacerda tenha “qualquer tipo de envolvimento” com a gravação ilegal, mesmo que tenha sido feita por alguém da Abin, e que os próprios servidores da agência são os primeiros interessados no esclarecimento do assunto. “Se tem um agente que fez isso ilegalmente e for encontrado, a agência fica liberada, porque ele trabalhou ilegalmente e não avisou sequer aos colegas nem aos superiores. Se, por acaso, se constatar que não foi um agente da Abin, melhor ainda, porque a agência fica ainda mais respeitada e liberada de qualquer acusação.” O ministro disse também que desconhece a informação de que a Abin teria comprado maletas sofisticadas que fazem varredura de grampos e, ao mesmo tempo, gravações de conversas.