Todo cuidado

General revela novas ameaças de morte a Bolsonaro

Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, recomendou que o presidente eleito Jair Bolsonaro tenha “cautela” em toda a organização da sua segurança, inclusive em relação ao uso de carro aberto em sua posse.

Etchegoyen, depois de declarar que “até há 15 dias” novas ameaças foram feitas ao presidente eleito, e que elas continuam, disse que não está decidido se Bolsonaro irá ou não em carro aberto para o Palácio do Planalto. Segundo o ministro, “certamente, a segurança do presidente eleito, na nova administração exigirá cuidados mais intensos e mais precisos” e isso, na sua avaliação, “terá, como consequência”, o aumento do efetivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

“A segurança do presidente eleito exige mais cuidado? Certamente exige. Nós temos um presidente que sofreu um atentado, que vem sofrendo agressões frequentes, basta ver mídias sociais”, declarou Etchegoyen ao informar que a atual coordenação de segurança de Bolsonaro e a equipe de transição estão em contato com a equipe do Planalto, “negociando as condições” para o trabalho, no dia da posse. O ministro destacou, no entanto, que “a segurança sempre assessora” sugerindo as condições que consideram mais seguras, mas “a decisão será sempre do presidente da República”. Em seguida, sugeriu que “todas as medidas tomadas sejam presididas por cautela”.

Bolsonaro sofreu um atentado a faca no dia seis de setembro, em Juiz de Fora, que o tirou da campanha eleitoral e o general reiterou que novas ameaças têm sido feitas ao presidente eleito, sem detalhar que tipo de ameaças e quando elas foram feitas. Para Etchegoyen, a segurança do presidente eleito “exige mais cuidado” principalmente porque “nós temos um presidente que sofreu um atentado, sofre ameaças e vem sofrendo agressões frequentes, basta ver mídias sociais”.

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As declarações do general Etchegoyen foram dadas após cerimônia de comemoração dos 80 anos do GSI. Nela, estava presente o sucessor de Etchegoyen, o general Augusto Heleno, elogiado pelo atual ministro. Após reconhecer que o presidente Michel Temer o ouve muito e não só a ele, mas a todos os seus principais assessores, o ministro destacou que esse é “um grande atributo”.

Depois de salientar que o general Heleno é “uma referência” para os militares, emendou: “Tenho certeza que presidente Bolsonaro terá o melhor assessor para todos os assuntos”. Questionado se recomendava que Bolsonaro ouvisse Heleno, respondeu: “Não me cabe recomendar nada para o presidente eleito, mas a forma como presidente Temer atuou, ouvindo a todos, foi muito bom e ajuda na governança”.

Etchegoyen declarou também que Jair Bolsonaro já tem um chefe da sua coordenação de segurança para o GSI nomeado, que é o general Luiz Fernando Baganha, que assume o cargo em janeiro, nome já revelado pelo jornal “o Estado de S. Paulo”. Essa coordenação, explicou, irá dar garantias, não só a Bolsonaro e à sua família, mas também ao vice-presidente, Hamilton Mourão, e seus filhos. “A segurança do presidente eleito, na nova administração, certamente exigirá cuidados”, ressaltou.

Ao falar das cautelas que precisam ser tomadas em relação a um presidente que já sofreu atentado, Etchegoyen listou que “são medidas objetivas de segurança e indiretas, como a circulação do entorno, os locais a visitar”. Lembrou ainda que, ao assumir determinados cargos, principalmente o de presidente da República, “se perde a liberdade”. Ele não quis comentar, por exemplo, a decisão de Bolsonaro de viajar do Rio para São Paulo, em voo comercial, para assistir ao jogo do Palmeira e entregar a taça, em campo, ao campeão brasileiro.

Sobre as atribuições da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que é subordinada ao GSI, o general Etchegoyen defendeu “continuidade” no trabalho que está sendo desenvolvido lá. “Defendo que seja mantida na maneira como está. A atual direção geral que assumiu nos últimos dois anos vem fazendo um belíssimo trabalho. Mas a decisão é do presidente eleito”, declarou o ministro. “Mas eu acho que a continuidade, pelo menos por mais um pequeno período que seja, consolidará os avanços particularmente na área de gestão que eles alcançaram”, comentou.

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