O ex-deputado Amadeu Geara é um dos nomes mais fortes para vir a ocupar a Casa Civil no lugar do secretário Caíto Quintana, que deve ser indicado para a vaga de conselheiro no Tribunal de Contas, aberta com a aposentadoria de Rafael Iatauro. Atual diretor financeiro do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul), Geara voltou ao PMDB no ano passado e se reaproximou do governador Roberto Requião (PMDB).
Em 2002, ainda no PPS, Geara foi um dos que defenderam o apoio programático à candidatura de Requião ao governo, no segundo turno da campanha eleitoral. Geara deixou o PPS quando foi indicado para o BRDE, por Requião, que queria se reconciliar com um antigo companheiro do PMDB. Os dois disputaram a convenção do partido que indicaria o candidato à Prefeitura em 1985, vencida por Requião. O confronto deixou seqüelas na relação entre os dois, mas depois da eleição de 2002, o mal-estar foi superado e, atualmente, Geara usufrui da confiança do governador e tem bagagem política invejável para a difícil ponte entre o governo e base aliada na Assembléia Legislativa e os prefeitos de todo o estado. Outro nome que reúne as qualidades para o cargo e que está sendo considerado é o advogado Carlos Frederico Marés de Souza. Ele foi procurador-geral do Estado na primeira gestão de Requião e nesta segunda administração foi indicado para o BRDE, onde exerce a vice-presidência e diretoria de Operações. Marés foi presidente da Funai, no governo de FHC. Marés é descrito como um dos mais antigos amigos do governador e tem a vantagem de combinar a confiança de Requião com a experiência jurídica, também exigida na Casa Civil.
Mas se o governador decidir recriar a Secretaria de Governo, a solução pode contemplar as nomeações de Geara e Marés. Um para comandar exclusivamente a área de articulação política e o outro para as questões jurídico-administrativas. Outra hipótese para o caso de reativação da Secretaria de Governo é remanejar para o cargo o atual diretor jurídico da Copel, Assis Corrêa.
Cena eleitoral vai dominar indicação
No xadrez que está sendo montado pelo governo caso se concretize a indicação do secretário Caíto Quintana para o Tribunal de Contas, são múltiplas as possibilidades de deslocamento das peças. Há um setor do governo que está preocupado com o jogo eleitoral de 2006 e prefere que a cadeira do secretário da Casa Civil seja ocupada por um nome que esteja cem por cento comprometido com o governador Roberto Requião (PMDB) e seu projeto de reeleição. E no círculo próximo ao governador, o nome defendido é o do atual secretário da Educação, Maurício Requião. Se Maurício deixar a secretaria, o nome cotado para substitui-lo é o do secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldair Rizzi.
Para começar, todas estas mudanças dependem do conselheiro Rafael Iatauro. Ele pode se aposentar em março de 2006, mas se decidir ir em frente com a intenção de se candidatar a deputado estadual, ele sai antes. Até o final de setembro, Iatauro terá que se filiar a um partido político. O Palácio Iguaçu estuda um lugar para o conselheiro no primeiro escalão, assim que ele requerer a aposentadoria. (EC)