Apesar do apoio que a maioria da bancada do PMDB ainda mantém ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), ex-presidente da Casa, questionou a conveniência da permanência dele no cargo. “Cada um decida à sua maneira. Mas eu, se estivesse numa situação dessas, pelo menos pediria uma licença, ainda que corresse o risco de não voltar (ao cargo)”, afirmou Garibaldi, em entrevista, antes de entrar na sala da Liderança do PMDB no Senado para uma reunião com os colegas sobre a crise.
A reunião dos senadores do PMDB foi convocada depois que o DEM decidiu pedir o afastamento temporário de Sarney da presidência da Casa até a conclusão das investigações sobre denúncias de irregularidades. O PMDB estava contando com o apoio a Sarney de cerca de 50 dos 81 senadores. Agora, sem os 14 senadores do DEM, o PMDB vai ter que refazer as contas.
Conforme reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, Sarney é um dos parlamentares citados entre os que teriam parentes beneficiados por meio de atos secretos adotados para criação de cargos, nomeações e aumentos salariais. Além disso, o esquema de crédito consignado no Senado, alvo de investigação da Polícia Federal (PF), inclui entre seus operadores José Adriano Cordeiro Sarney, neto do peemedebista.