O novo ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, afirmou hoje que uma possível reforma da previdência a ser realizada no governo Dilma Rousseff não está fora de contexto, mas precisa ser debatida. “Não acho cedo para falarmos de reforma, mas este é um assunto que precisamos discutir com a maior profundidade possível”, disse ele, após a transmissão de cargo que ocorreu na sede do ministério.
Ele salientou que as tentativas feitas no passado de mudanças na previdência não foram bem sucedidas porque a discussão estava sendo travada de forma muito atrasada. Garibaldi afirmou que precisa tomar mais conhecimento dos reflexos das mudanças, mas contou que já está a par de algumas propostas.
“Há um consenso, que eu não sei se é um falso consenso, de que poderíamos substituir o fator previdenciário por uma proposta de idade mínima”, disse. “Isso parece razoável e pode ser analisado, já que o fator previdenciário agrava mesmo a situação”, completou.
Mesmo com o discurso do governo de que 2011 será um ano de ajuste fiscal, Garibaldi afirmou que a previdência é uma pasta que precisa de mais recursos para atuar. Para ele, um de seus principais trabalhos no ministério será o de esclarecer que o déficit da previdência não é corrente, mas sim histórico. “Há coisas que foram assimiladas pela previdência no passado, como a aposentadoria rural”, lembrou.
Ele disse que ainda não está determinado a continuar o trabalho de seus antecessores de pressionar o ministério da Fazenda a separar as contas urbana e rural do Regime Geral de Previdência Social. “Ainda vou ver que experiência pegarei do passado.” Tradicionalmente, a conta de aposentadoria urbana é superavitária, mas a do campo fica mensalmente no vermelho.