Em sua primeira entrevista coletiva depois de assumir a Presidência do Senado, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) criticou nesta quinta-feira (20) a articulação política do governo e afirmou que o Senado "não está trabalhando bem", mas elogiou uma decisão dos senadores: a de rejeitar a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). "Eu não votei (na sessão). E votaria a favor, mas não estou inibido em dizer que o Senado acertou porque votou em sintonia com a sociedade."
Garibaldi afirmou que o governo "perdeu a batalha da comunicação e da articulação política" na negociação sobre o chamado imposto do cheque. Na entrevista, o presidente do Senado apresentou o resultado de uma pesquisa feita pelo instituto DataSenado mostrando que 78% dos brasileiros apóiam a decisão dos senadores de rejeitar a CPMF. No levantamento, o instituto ouviu por telefone 784 pessoas das 27 capitais, numa amostragem em que levou em conta os critérios de gênero, renda, escolaridade e concentração da população por região.
A pesquisa mostra também que 95% dos entrevistados avaliaram que o governo cobra imposto demais e 70% disseram acreditar que a União não usa bem o dinheiro arrecadado. Para 52%, o resultado da votação melhorou a imagem da Casa. Ainda assim, Garibaldi se declarou contrário a um reajuste dos vencimentos dos senadores. "O aumento só deve ser dado no momento em que se merecer e só se merece quando se está trabalhando bem", disse. "Vocês acham que o Senado está trabalhando bem? Eu acho que não.
