Foto: Chuniti Kawamura |
Garcia: secretário quis evitar constrangimentos, tanto para o PSDB, quanto para o governador. continua após a publicidade |
O secretário de Estado do Trabalho, deputado estadual licenciado Nelson Garcia, pediu o afastamento do PSDB para permanecer no secretariado do governador Roberto Requião (PMDB), conforme nota divulgada ontem à tarde. A decisão de garcia foi tomada por causa da resolução aprovada pela executiva estadual do PSDB, que proíbe a participação de filiados na base de apoio do governo Requião.
Para o secretário, desse modo evitam-se ?maiores constrangimentos, tanto com lideranças estaduais do PSDB, assim como com o governador Roberto Requião, com quem sempre mantive excelente relacionamento, tendo participado ativamente da sua base de apoio na Assembléia?, declarou. Garcia informou que foi encaminhada correspondência ao presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, comunicando o seu afastamento.
Ao ser questionado sobre a saída de Garcia, porém, Rossoni disse que ainda não tinha recebido o comunicado. Como estava ontem no interior do Estado, o presidente estadual do PSDB acredita que Garcia deva ter encaminhado o pedido de afastamento para a sede do PSDB em Curitiba. ?Estávamos aguardando o posicionamento do Nelson (Garcia). Torcíamos para que ele deixasse a secretaria. Gostaríamos muito de contar com ele. É bom caráter, meu amigo. Mas nós estamos na oposição?, declarou.
No dia cinco deste mês, a executiva estadual do PSDB aprovou uma resolução determinando que os seus filiados sigam uma linha oposicionista ao governo do Estado. Dos treze membros da executiva, onze votaram favoráveis à resolução. O deputado Francisco Burher foi contrário à resolução e o deputado Luiz Nishimori se absteve da votação. Mesmo sendo extensiva a todos os filiados, a medida atinge principalmente o deputado Nelson Garcia – que se fosse seguir a resolução seria obrigado a deixar o cargo na Secretaria do Trabalho – e os outros quatro deputados estaduais tucanos que estão na base do governo na Assembléia Legislativa: Luiz Nishimori, Luiz Accorsi, Francisco Buhrer e Luiz Fernandes Litro.
O presidente estadual do PSDB Rossoni explicou que o partido está decidido a seguir uma linha coerente na oposição ao governo e quem não estiver satisfeito tem a liberdade para deixar o PSDB. No caso dos deputados estaduais, Rossoni disse que eles terão até dia 2 de abril, quando haverá reunião do partido, para se manifestarem se vão seguir a linha definida pela executiva. ?Quando o partido fechar questão sobre assuntos pertinentes, quem for deputado deverá respeitar a decisão. Se não respeitar, serão tomadas as devidas providências. Será afastado do partido?, afirmou.
Porém, para alguns deputados tucanos, como Nishimori, a resolução aprovada tem caráter de orientação partidária. ?O senador Alvaro Dias deixou claro que a medida não tem amparo legal. Um assunto como esse tem de ser amplamente discutido pelo partido, de forma democrática?, declarou. Segundo ele, os deputados tucanos da base do governo ainda estão discutindo o assunto.
No entendimento de Nishimori, é humanamente impossível para os deputados que permaneceram por quatro anos votando com o governo (no primeiro mandato de Requião, agora passarem a ser de oposição. Porém, diz Nishimori, quando o partido fechar questão na Assembléia, ele vai seguir a orientação que for definida pela bancada, mesmo que tenha de ir contra o governo.