Processo

Galdino tem mandato assegurado pelo TRE

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) absolveu, por unanimidade, o vereador de Curitiba, Professor Galdino (sem partido) que teve pedido de cassação de mandato formulado por seu ex-partido, o PV.

Galdino foi expulso do PV em março deste ano, acusado de assédio sexual. O partido requereu o mandato apoiado na resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre fidelidade partidária, que determinou que o mandato pertence aos partidos e não aos políticos eleitos. Galdino, no entanto, conseguiu convencer a corte do TRE que fora expulso sem justa causa do partido.

A caçada do PV ao mandato de Galdino começou quando, em fevereiro deste ano, o vereador exonerou dois funcionários do partido, lotados em seu gabinete, mas que não prestavam serviços para o mandato do vereador e sim para a direção do PV. Por conta das exonerações, o partido abriu comissão de ética para apurar se Galdino não havia ferido o regimento interno do partido.

Durante o processo surgiu a denúncia de caixadois e assédio sexual contra uma funcionária do partido, que, na ocasião, serviu como argumento para a expulsão de Galdino. A funcionária, há três meses, retirou a queixa contra o vereador.

“Estamos mais tranquilos, agora que esses ataques e ameaças infundadas foram derrubadas pelo TRE. Fui expulso do partido por ter sido honesto, por ter exonerado esses fantasmas, num partido que se diz ser a reserva ética e moral da política brasileira. Que ética é essa, de admitir funcionários fantasmas e inventar denúncias?”, disse Galdino, que adiantou que irá processar a direção do PV, a autora da denúncia de assédio sexual e os dois funcionários exonerados de seu gabinete. “Eles conseguiram roubar dos cofres da Câmara os salários de janeiro. Vou exigir a devolução”, adiantou.

A direção do PV disse que irá recorrer ao TSE. O advogado do PV-PR, Gaius Alider, considerou que o julgamento no TRE apresentou falhas ao não levar em consideração inúmeras atitudes antiéticas adotadas pelo vereador.

O advogado acredita que em Brasília a ação movida pelo PV pode ser vitoriosa. Galdino também será investigado pelo Ministério Público Eleitoral, pela denúncia de caixa dois. O vereador apresentou prestação de contas com gastos de apenas R$ 420,00 em sua campanha.

Sem partido, Galdino, que pretende disputar uma vaga na Assembleia Legislativa nas eleições do ano que vem, tem até o próximo dia 3 para escolher uma nova legenda, uma vez que os candidatos têm de estar filiados ao partido pelo qual disputarão a eleição há, pelo menos, um ano.

“Vários partidos têm me procurado, da extrema esquerda à direita, do PSOL ao DEM, mas eu não sou nem esquerda nem direita, sou pra frente e pra cima, então vou analisar e fazer a melhor opção”, disse, insinuando que o PSDB, do prefeito Beto Richa poderá ser seu caminho mais provável. “Fiz uma pesquisa com meus eleitores e 80% me querem próximo ao prefeito, então esse poderá ser o caminho”, declarou.

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