Conhecido pela campanha sobre duas rodas, o vereador Professor Galdino (PSDB) tem causado confusão entre os eleitores. A música é a mesma e o nome também. Até o número de candidatura continua idêntico. A vestimenta? Ainda é o jaleco branco. A diferença é que não se trata mais de João Galdino de Souza (o professor “original”), e sim do irmão dele, Eduardo Cordeiro de Souza que não tem Galdino no nome.
Galdino pode se candidatar
Ao contrário do que a Tribuna noticiou na edição de ontem, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) esclareceu que o vereador João Galdino de Souza – “Professor Galdino” – (PSDB), não está inelegível. Ou seja, ele poderia participar da próxima eleição de 2 de outubro, caso se candidatasse.
Assim, Galdino, se desejasse, poderia ser um dos 57 candidatos tucanos ou até mesmo disputar a eleição majoritária. O tucano se tornou conhecido na eleição de 2008 quando se elegeu com 11.736 votos, gastando apenas R$520,00. De acordo com a advogada Miriam Bispo Cardoso Carvalho, que representa o vereador, ele não irá se candidatar neste ano por ser contrário à perpetuação no poder, alegando que “a política deve ser renovada”.
Assim, decidiu não tentar a reeleição e apoiar o irmão, que concorre a uma vaga na Câmara Municipal de Curitiba. Eduardo Cordeiro de Souza protocolará na data de hoje (26) um pedido no TRE/PR pedindo a alteração de seu nome de urna para Prof. Edu Galdino, já que, em seu entender, não existiria impedimento. O número, o jingle e a vestimenta, o tradicional jaleco, foram uma estratégia de campanha. As semelhanças entre os dois levaram o Ministério Público do Paraná a fazer um pedido de impugnação da candidatura de Eduardo Cordeiro de Souza, o “novo” Professor Galdino. O julgamento deve acontecer na semana que vem.
Nascido em São Paulo, Eduardo de Souza, 39 anos, disputa pela primeira vez um cargo político. Jornalista e redator, agora usa o nome do irmão para tentar uma vaga na Câmara Municipal de Curitiba. O irmão anunciou, no começo do ano, que não iria continuar na vida pública.
Galdino conquistou uma cadeira entre os vereadores no ano de 2008, tendo recebido 11.736 votos. Foi reeleito em 2012, com 13.983 votos. Sempre atribuiu o número de eleitores à campanha de bicicleta, acompanhado pelo jingle “Professor Galdino, Professor Galdino”.
MP quer barrar
Tantas semelhanças entre um candidato e outro fizeram o Ministério Público do Paraná (MP-PR) tentar barrar a candidatura do novo Professor Galdino. Um pedido de impugnação protocolado junto ao TRE-PR alega a situação de homonímia (lei 9.504/1997). A lei diz que o nome escolhido pelo candidato não pode “estabelecer dúvidas quanto à sua identidade”.
Na ação, o promotor Guilherme Maranhão alega que o eleitor pode ficar confuso com as semelhanças, e que o candidato Eduardo Cordeiro de Souza estaria violando o artigo 12 da lei que trata do tema.
Nas mãos da Justiça
Edu Galdino, como gosta de ser chamado, diz que não vê problema no uso da mesma roupa, nome, número e jingle. “É a nossa marca registrada o uso do jaleco. Isso não causa dúvidas. Tá bem claro quem é quem”, justifica. Eduardo preferiu não se manifestar sobre a ação do MP e disse que sua advogada entraria em contato com a reportagem da Tribuna o que não aconteceu até o fechamento da matéria.
O ainda vereador Professor Galdino não gostou de saber da ação do Ministério Público. “Sempre tentaram barrar minha candidatura e a justiça dos homens esteve ao meu lado. Deveriam perseguir corruptos, mas não o fazem. Agora estão perseguindo meu irmão”, desabafa. “O único problema seria se eu também estivesse concorrendo. Como não saí candidato, não tem complicação nenhuma. Meu irmão vai continuar o nosso trabalho”, diz.
O pedido de impugnação tramita na 1ª Zona Eleitoral do TRE e deve ser julgado até a metade da semana que vem. Eduardo de Souza tem mais seis dias para apresentar a defesa. Caso o juiz decida que a candidatura deve ser impedida, ele ainda pode recorrer à instância superior em um prazo de três dias.
Caso perca novamente, só poderá concorrer na próxima eleição. No entanto, o juiz pode liberar a candidatura caso ele opte por outro número ou nome, por exemplo.
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