Gabrielli avisa empregados que colaborará com a CPI

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, enviou hoje carta aos empregados da companhia sobre a instalação da CPI no Senado, em que afirma que a direção da estatal prestará “todos os esclarecimentos pertinentes” sobre os pontos que deverão ser abordados pelos parlamentares. No documento, o executivo detalha qual a posição da empresa sobre as seis denúncias contra a estatal que deverão ser objeto de debates durante a CPI.

Com relação aos indícios de fraudes nas licitações para a reforma de plataformas de exploração de petróleo, apontados pela operação “Águas Profundas” da Polícia Federal (PF), Gabrielli diz que a companhia “vai demonstrar a correção das medidas adotadas pela Petrobras diante das denúncias, sua colaboração com a PF e com o Ministério Público Federal (MPF) para a apresentação da denúncia criminal contra os envolvidos e a adoção das medidas internas que resultaram em medidas disciplinares, entre elas, a demissão por justa causa de três empregados.”

Sobre as supostas irregularidades na revisão do valor de contrato de construção das plataformas P-52 e P-54, o executivo afirma que a revisão foi necessária para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro, afetado em razão de variação cambial imprevisível, “cuja licitude já foi constatada pelo próprio TCU em julgamentos anteriores que citamos”.

“Em relação aos supostos indícios de superfaturamento na obra de construção da Refinaria de Pernambuco (Abreu e Lima), apontados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), demonstraremos a inconsistência do parâmetro de estimativa de preços adotados pelo tribunal, em vista das especificidades e complexidades de obra, bem como da adequação do valor contratado pela Petrobras, baseada nos melhores padrões internacionais”, informou Gabrielli no documento.

Gabrielli disse ainda que sobre as supostas irregularidades quanto utilização de royalties do petróleo, a Petrobras vai esclarecer que não possui qualquer ingerência na utilização destes recursos.

Sobre as denúncias de uso de artifícios contábeis, que teriam resultado em redução do recolhimento de impostos e contribuições, o presidente da estatal afirmou que será demonstrado “que isso não ocorreu e que todas as medidas adotadas pela Petrobras estão em perfeita sintonia com a legislação tributária brasileira”‘

“E, finalmente, sobre o suposto beneficiamento político de prefeituras e ONGs, vamos mostrar que o processo de seleção de projetos para patrocínio e convênios possui critérios objetivos e impessoais e visam o fortalecimento institucional da marca da Petrobras e da sua reputação perante os seus diversos públicos, conforme já atestado pelo TCU em fiscalização anterior sobre o mesmo tema”, diz Gabrielli na carta.

O executivo encerra a carta reconhecendo que “este é um momento delicado para a companhia, talvez a sua maior crise”. “Mas a Petrobras é maior que a crise. A CPI vai passar, a companhia vai sair dela muito mais fortalecida e continuar como orgulho do Brasil e dos brasileiros.”

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