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Foto: Agência Câmara

Gabeira: o projeto da classe operária é um projeto vencido.

O deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) vai mais uma vez trocar uma sedutora ruazinha sem saída a poucos passos da Lagoa e da Praia de Ipanema pela batalha permanente nos cinzentos corredores do Congresso Nacional. E fechar atrás de si (pelo menos de segunda a sexta) a porta do belo apartamento onde mora em nome dos 293.057 eleitores que fizeram dele o deputado mais votado do Rio. Reflexo da luta contra a corrupção, que redesenhou a fama do ex-guerrilheiro.

Antes de se preparar para novo mandato, Gabeira analisa a briga eterna entre petistas e tucanos e avisa que, com qualquer resultado, vai estar no lado da oposição. Mas uma oposição construtiva. Sobre a sua saída do PT, ele nega que tenha sido uma decisão emocional. ?O que prevaleceu ali foi uma análise muito clara sobre o fracasso da experiência. Eu já intuía o fracasso. Tanto que, quando fiz a análise crítica do período, eu disse que tinha as condições intelectuais de prever esse fracasso. No entanto, eu apoiei. Porque eu conhecia e conheço a esquerda. Sabia que esse projeto da classe operária já era um projeto vencido. Acho que a decisão foi uma decisão intelectual?, diz ele.

Gabeira nega que esteja em cima do muro no segundo turno. ?Sou contra os dois. Estar em cima do muro é ter uma posição ambígua e tirar proveito da vitória de um ou do outro. Afirmo antecipadamente que sou oposição?, afirma. Ele disse que não vai votar nulo, mas fez mistério sobre o seu voto. ?Votar no Lula para mim significa masoquismo, e não sou masoquista. Não faço campanha para Alckmin, serei oposição, mas uma oposição construtiva, como fui com Fernando Henrique?, disse.

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