O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux disse nesta segunda-feira, no Rio, que os advogados de defesa no processo do mensalão tiveram tempo para “ler tudo” e ver todos os vídeos sobre as decisões que condenaram 25 dos 37 réus e que, “em princípio”, não é necessário levar ao plenário os pedidos de ampliação do prazo para recursos de cinco para 15 ou 20 dias depois da publicação do acórdão. Relator do processo, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, negou, em decisão individual, todos os pedidos de adiamento feitos até agora.

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Os advogados argumentam que não terão tempo para ler mais de dez mil páginas do “Diário Oficial” com os votos de todos os ministros. Na semana passada o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, advogado do ex-executivo do Banco Rural José Roberto Salgado, enviou pedido ao vice-presidente do Supremo, ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo, para que seja levada ao plenário a discussão sobre prorrogação dos prazos de recurso. “Em um primeiro momento, acho que o relator tem plena capacidade de resolver isso. Mas, se for para o colegiado, vamos decidir”, afirmou Fux.

“O mérito já levou seis meses, acompanhado diuturnamente, todo mundo gravou tudo. Tem gente que não participou e tem tudo gravado, dia a dia. Acho até que ler tudo de novo agora iria contra a própria capacidade dos advogados, que, evidentemente, não esperaram acabar tudo para ler. Presume-se que, pelo gabarito deles, eles leram tudo”, disse o ministro, que participou da abertura de um seminário sobre propriedade intelectual.

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De acordo com Fux, é possível que o processo se estenda até o segundo semestre. “A demora maior já passou. Não sei se (o processo termina) no primeiro semestre. Só se houver uma decisão de parar tudo (análises de outros casos) e uma dedicação (exclusiva ao mensalão), mas o Supremo não está em condições de parar tudo”, afirmou.