O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux indicou nesta segunda-feira que não vai modular os efeitos da decisão que obrigou o Congresso a votar em ordem cronológica os vetos presidenciais. A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Supremo que ao menos restrinja os efeitos da liminar concedida por Fux no final do ano passado aos vetos mais recentes.

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Fux afirmou que manterá sua liminar e defenderá sua decisão no julgamento da próxima quarta-feira (27), mostrando que as pressões feitas pelo Congresso e pelo Executivo não surtiram efeito. O ministro afirmou que sua decisão não obstrui a pauta do Congresso e sugeriu que questões políticas podem ter levado o governo a patrocinar o adiamento da votação do orçamento deste ano.

“Já analisei e depois tive a oportunidade de prestar alguns esclarecimentos por escrito para o Congresso, dizendo por que eu entendo que não há nenhum óbice a votação do Orçamento”, disse.

Ao contrário do que argumentou Fux, assessores jurídicos do governo entendem que a não votação dos vetos tranca a pauta do Congresso e, por consequência, impede a votação do orçamento. E baseiam esse entendimento na própria Constituição. O texto determina que, esgotado o prazo de 30 dias para a votação dos vetos, ficam “sobrestadas as demais proposições”.

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Desde que concedida a liminar, que provocou reações do Congresso, os demais ministros do Supremo buscam uma solução para o problema. Alguns admitem, reservadamente, jogar para o futuro os efeitos da decisão de Fux. A solução será dada na sessão de quarta-feira.