Governo 2011

Futuros presidentes da Copel e Cohapar em entrevista

Se depender do futuro presidente da Companhia Paranaense de Energia (Copel), Lindolfo Zimmer, a estatal vai começar a dar mais atenção ao investimento em energia eólica e aumentar a atuação em outros estados.

Em entrevista a O Estado, Zimmer disse também que vê com bons olhos a participação da Copel como sócia minoritária em consórcios, para aumentar o leque de oportunidades da empresa.

O Estado – O senhor concorda com a recente aprovação pela Assembleia Legislativa para que a Copel tenha participação minoritária em consórcios?

Lindolfo Zimmer – É um grau de liberdade mais amplo para a empresa atuar. Existem circunstâncias em que sendo o sócio majoritário, não se obtém acesso a financiamentos importantes e perde-se em competitividade para participar de licitações, por exemplo.

A questão não é ser majoritário ou minoritário, mas que o projeto seja bom e dê uma boa taxa de retorno. O que importa é participar de projetos que agreguem valor à empresa, que as ações subam e melhore sua cotação no mercado.

OE- A bancada de oposição na Assembleia cogitou que a mudança abriria caminho para uma possível privatização da Copel. Isso pode ocorrer?

LZ – Isso é bobagem, de alguém que está de má vontade ou má fé. Nosso governador sempre foi muito incisivo e deixou claro que não faria nenhum movimento nessa direção. Se uma empresa é bem gerida, ela não corre nenhum risco, porque o consumidor satisfeito vai querer mantê-la do jeito que está.

OE – A concessão para o controle estatal da Copel vence em 2015. Como gerir o órgão tendo que se levar em conta a possibilidade de o governo federal não renovar a concessão?

LZ – Não conhecemos detalhes sobre o que o governo federal vai querer colocar ao setor de energia, mas já é tempo de se começar a pensar sobre isso. O governo federal tem dois grandes objetivos para o setor de energia: modicidade tarifária e garantir que não falte energia para o País. Não me parece justo que empresas que na época de maior dificuldade se estruturaram e aguentaram a situação ficassem agora à míngua.

OE – Que mudanças o senhor vislumbra para o setor energético brasileiro e como a Copel vai atuar nos próximos anos?

LZ – O setor elétrico hoje está sendo bem orientado, não corremos risco de falta de energia. A condução do governo federal na esfera da energia renovável é boa e está se abrindo uma oportunidade enorme com a fonte eólica. Esperamos fazer com que a Copel atue bastante nesse segmento.

No Paraná, começamos a implantação da energia eólica em Palmas, há mais de 10 anos, para desenvolver know how. Estamos com os mesmos cinco geradores daquele período. Não podemos deixar passar oportunidades desse tipo.

Não importa que essas instalações não sejam no Paraná, que não tem condições favoráveis. Hoje a Aneel nos dá possibilidade de atuar em todo o território nacional. A Copel já está com uma licitação ganha de uma empresa no Mato Grosso. Se houver oportunidade, por que também não investir em um país vizinho?

Chaowiche promete acelerar obras de habitação

Divulgação
Chaowiche: “atrás de recursos”.

Nomeado para a presidência da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) a partir de janeiro, Mounir Chaowiche promete uma política mais agressiva, com maior volume de obras e diz que vai em busca de mais recursos. Depois de ter a primeira conversa oficial com o atual presidente da companhia, Everaldo Moreno, Chaowiche conversou ontem com O Estado.

O E,stado – A Cohapar recebeu diversas críticas nos últimos tempos por problemas de gestão, que apontavam inclusive a quebra da instituição. Que mudanças serão necessárias para reestruturá-la?

Mounir Chaowiche – Teremos um processo mais ágil para cumprir o plano de governo. O governador Beto Richa estabeleceu a política habitacional como uma de suas prioridades, como foi em Curitiba.

Pretendemos desenvolver um volume maior de obras para fazer frente ao déficit habitacional do Estado, estimado em 250 mil unidades. Se implementarmos uma política duradoura e agressiva poderemos reduzir esse déficit, concentrando investimentos para as famílias de menor renda.

Alguns projetos estão com cronograma de obras atrasado e precisam de um ritmo mais veloz. Também precisamos de um incremento de recursos. Isso quer dizer investimento maior do Estado e busca de recursos junto ao governo federal, além da possibilidade de recursos internacionais, como do BID e da Agência Francesa de Desenvolvimento.

Outra vertente será a regularização fundiária, com entrega do título de propriedade. Em boa parte do Paraná há núcleos habitacionais consolidados, mas sem registro.

OE – O que influenciou no atraso das obras?

MC – Além do orçamento, um problema sério é a falta de mão de obra. Em função do incremento da política habitacional com obras do PAC e outras de habitação, cresceu a demanda pelo serviço, o que provocou atraso nas obras.

OE – Na Região Metropolitana de Curitiba há um grande déficit habitacional e os grandes mananciais e áreas de preservação são características que dificultam o setor da habitação. Como agir na região, como no caso de Piraquara, anunciada como uma das maiores obras de urbanização do Brasil?

MC – Devemos nos debruçar sobre o projeto do Guarituba, em Piraquara, pelo tamanho, complexidade da obra e condição de vida das famílias. Precisamos finalizar obras que estão em andamento há dois ou três anos e, paralelamente, precisamos de forte incremento em novos projetos.

O objetivo para a RMC é promover uma política integrada, como também deveremos fazer para as regiões de Londrina e Maringá. Não podemos mais pensar em política individual por município.(LC)

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