Indicada para assumir o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça no governo de Jair Bolsonaro, Érika Marena disse nesta sexta-feira, 23, que a sensação de impunidade permanece no País e não ajuda a reduzir a corrupção. Ela pediu “inconformismo” à população.

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Segundo ela, como a demanda por lavagem de dinheiro continua alta, o sistema atua valorizando doleiros que suportam as investigações e a prisão sem entregar seus clientes. Por outro lado, a sensação de impunidade leva empresários e gestores públicos a pagarem e aceitarem propina.

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“A Lava Jato mostrou que ninguém está acima da lei, que a lei é para todos, mas isso parece não ter adiantado para reduzir a corrupção”, disse Érika. “Não é possível a gente ver, pós-Lava Jato, tantas operações de combate a corrupção. Operações de combate a desvio de dinheiro de merenda, de transporte escolar”, completou.

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Marena foi indicada pelo futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, com quem trabalha desde 2004, no Paraná. Ela atuou no caso Banespar e foi a primeira responsável pela operação Lava Jato, mas estava alocada na superintendência de Sergipe, depois de ter sido acusada de cometer abusos na condução das operações.

Ela afirmou contar com o “inconformismo” da sociedade para manter o trabalho de combate à corrupção. “Em 2018, mesmo depois da Lava Jato, ainda se vê equipes inteiras serem desmontadas. A gente não pode ficar anestesiado com isso”, declarou.

Apesar da visão crítica, a delegada da Polícia Federal acredita que o Brasil ganhou reconhecimento internacional com as medidas de combate à corrupção. “Em todos os fóruns internacionais de combate à lavagem de dinheiro de que tenho participado, o Brasil adquiriu respeito muito grande porque mostrou que as instituições funcionaram”, completou.