O secretário municipal de Esportes e Lazer de São Paulo, Walter Feldman, anunciou nesta segunda-feira que deixará o PSDB junto com os seis vereadores que desembarcaram da legenda na semana passada.
Feldman, que é um dos fundadores do PSDB, disse que o partido está se “desviando” de seu caminho original e negou que a saída da legenda tenha relação com a criação do PSD, do prefeito paulistano Gilberto Kassab.
“O PSDB está hoje no desvio, o Fernando Henrique tem apontado isso, a saída dos vereadores aponta isso. Um partido que despreza a participação dos vereadores na organização do diretório e depois trata como mal pequeno a saída deles está no desvio”, afirmou.
Feldman argumentou que sua saída do PSDB está relacionada ao racha de 2008, quando o governador Geraldo Alckmin decidiu disputar a Prefeitura de São Paulo, contrariando o acordo da legenda em manter a aliança com o DEM em torno do nome de Kassab.
“O time maravilhoso que acaba de deixar o PSDB é o meu time. Eles compreenderam que em 2008 era um equívoco o governador Geraldo Alckmin sair candidato à Prefeitura. O PSDB cometeu esse equívoco e fez um racha interno por teimosia nessa posição”, justificou.
Para Feldman, o grupo liderado por Alckmin não conseguiu compreender o “erro” de 2008 e essa inflexibilidade é a raiz das mudanças de hoje.
“Quem errou muito foram eles (aliados de Alckmin). A aliança estava programada para persistir e ela teria persistido até hoje. Possivelmente não haveria PSD se houvesse isso, não haveria saída dos vereadores do PSDB”, avaliou.
O secretário negou que o prefeito tenha interferido na decisão de saída dos vereadores e disse que não há definição sobre a ida para o PSD. “Juro pela minha mãe, não tem nada a ver” disse, referindo-se à saída do PSDB para acompanhar Kassab.
O ex-tucano comparou a debandada do partido ao período da fundação do PSDB, no final da década de 80. Segundo Feldman, o mesmo descontentamento que marcou sua saída do PMDB em 1988 é o que motiva sua decisão.
“A saída dos vereadores é uma crítica duríssima a atual história do PSDB, que está fora de seu projeto original. Hoje o PSDB está num projeto de poder”, criticou. “Estou muito triste porque o PSDB foi um partido que eu fundei”, lamentou.
Na opinião do secretário, o PSDB precisa resgatar o ideário dos ex-governadores Franco Montoro e Mário Covas – lideranças históricas da sigla. “Minha vida é feita de ciclos e, infelizmente, o meu ciclo no PSDB, para mim, acabou”.