A sessão da CPI da Petrobras desta segunda-feira, 8, foi marcada por uma contradição apontada por funcionários da estatal a um superior que também já foi interrogado pelos parlamentares. Gerentes que ocuparam uma cadeira na Refinaria do Nordeste (Rnest), de Abreu e Lima, foram questionados sobre a realização de indicações pelo ex-gerente geral Glauco Legatti à comissão de licitações dos contratos da refinaria.

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Foram sete funcionários ouvidos nesta segunda-feira. Abenildo Alves de Oliveira foi o primeiro e afirmou que Legatti realizou, “na sua época”, em 2008, indicações à comissão. Já Ivo Tasso Bahia Baer afirmou que Legatti era responsável pela “nomeação formal”. “Acho que é só a maneira como foi colocado (que gera contradição). Formalmente, ele emite o documento interno pedindo a nomeação da comissão, mas a indicação são das diversas partes”, afirmou.

O sub-relator da CPI para irregularidades em refinarias, deputado Altineu Cortês (PR-RJ), considerou que Glauco Legatti mentiu à CPI. “O senhor Glauco veio a essa CPI e mentiu, dizendo que nunca indicou ninguém à comissão de licitação. O senhor Abenildo e o senhor Heleno Lira (também ouvido hoje) afirmaram que ele indicou para a comissão de licitação na Rnest”, afirmou o parlamentar.

Apenas quatro parlamentares participaram da sessão na maior parte da tarde. Foram ouvidos sete funcionários da estatal com participação nas obras da Refinaria do Nordeste (Rnest), também conhecida como Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e na Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP). Eles negaram conhecimento de irregularidades nos contratos e licitações da estatal. O vice-presidente da CPI, deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA), afirmou que a sessão serviu para os parlamentares tomarem conhecimento de “procedimentos técnicos”. “Ficou claro que quase todos disseram que as estimativas dos custos dos projetos não eram responsabilidade de cada um, sugerindo que custos estariam assim duvidosos”, afirmou o tucano.

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Raiva

Flávio Fernando Casa Nova da Motta, que atuou como gerente de empreendimentos na Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco disse sentir “raiva” pelo esquema de corrupção e formação de cartel entre as empreiteiras que participavam das licitações de obras da Petrobras – esquema revelado pela Operação Lava Jato. “O sentimento é de decepção, de raiva, de revolta porque eu fiz o meu trabalho exatamente como a companhia mandou. Eu segui as regras da companhia”, afirmou à CPI.

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