O corretor Lúcio Funaro disse, em depoimento à Procuradoria da República em Brasília, ter entregue “malas ou sacolas de dinheiro” ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). Preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, Geddel foi liberado para o regime domiciliar pelo desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), e embarcou na noite desta quinta-feira, 13, para Salvador, mesmo sem tornozeleira eletrônica.

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As declarações de Funaro constam de pedido do Ministério Público Federal (MPF) para que Geddel fosse preso novamente e que foi negado quinta-feira pelo juiz titular da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, Vallisney Oliveira.

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Os procuradores Anselmo Lopes e Sara Moreira Leite haviam voltado a pedir a prisão do ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da gestão Michel Temer, alegando que novos elementos colhidos na investigação mostram que Geddel cometeu os crimes de exploração de prestígio e tentou embaraçar as investigações. Os procuradores se basearam nos depoimentos de Funaro e de sua mulher, Raquel Pitta, que detalharam contatos feitos pelo ex-ministro.

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Segundo o MPF, Funaro também disse que Geddel “alegou exercer influência criminosa sobre o Poder Judiciário da União”. O corretor narrou à Polícia Federal que, após a realização de sua audiência de custódia, Geddel mandou mensagem via WhatsApp reclamando da troca de advogado do corretor e disse que, com a entrada da nova defesa, tinha “ficado ruim para o juiz”.

No entendimento do MPF, a revelação de Funaro mostra que Geddel tentava monitorar o ânimo do corretor em fazer possível colaboração premiada e ainda alegava, perante ele e sua família, exercer, direta ou indiretamente, influência sobre decisões que interessariam à defesa de Funaro, nos processos relacionados à Operação Sépsis, na qual este último é réu.

Tornozeleira

Autor da decisão que transfere Geddel para a prisão domiciliar em Salvador, Bello decidiu que a ausência do equipamento de monitoramento em Brasília não deveria impedir a transferência dele. A decisão veio após o desembargador ter sido informado, por meio de nota, pela Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) do Distrito Federal, ligada à Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social, que não havia tornozeleira eletrônica disponível.

Considerando que Geddel vai ficar recolhido em casa, Bello determinou que a Superintendência da PF no Estado da Bahia aplique a tornozeleira eletrônica em um prazo de 48 horas. (Colaborou Luiz Vassallo)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.