O empresário José Batista Júnior, 54, o Júnior Friboi, expulso nesta segunda, 22, do PMDB, tem a pretensão de recorrer da decisão para permanecer no partido. Ele foi condenado à expulsão pelo Comitê de Ética do Diretório de Goiânia (GO). Entre as acusações, por ter apoiado, na disputa ao Governo do Estado, ano passado, o tucano Marconi Perillo.

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“Estamos pedindo a anulação do processo”, disse Felipe Melazzo, advogado de Júnior Friboi, após o julgamento. Ele rebateu todas as nove acusações, apresentadas pelo Conselho de Ética. Entre elas, a de Júnior Friboi ter-se filiado ao PMDB enquanto sócio da empresa JBS, por não comparecer às reuniões do partido, atividades e campanhas políticas e não obedecer às deliberações partidárias. Friboi foi acusado ainda de causar prejuízo ao povo goiano: “Porque a empresa da qual é sócio cometeu sonegação fiscal”, diz o documento.

“Traição”

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O problema, dizem os Iristas, é que o ex-boiadeiro foi tocar o berrante do lado de lá – o lado dos tucanos -, e pode repetir novamente em 2016. A decisão, foi entendida como “traição”. Gerou o processo, o julgamento, a condenação e a desfiliação por quatro votos a dois.

“Todas as alegações são infundadas”, rebateu o advogado de Friboi, Felipe Melazzo. “Ele (Friboi) não cometeu os desvios apontados; prevalecerem as rixas pessoais”, disse nesta segunda durante a defesa de seu cliente.

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Apesar dos questionamentos, nos bastidores já se sabe que Iris Rezende, líder do PMDB de Goiás, está de olho nas eleições municipais. Quer mais espaço, e é nesse sentido que os partidários do PMDB se movem, disse um deputado estadual e amigos dos dois – Íris e Friboi. Querem mais espaço para seu candidato, potencial candidato a prefeito de Goiânia, pela terceira vez.

Disposto a seguir tocando o berrante na política, o boiadeiro que construiu fortuna e o frigorífico JBS, agora se mexe. Além de recorrer da decisão, quer manter-se filiado ao PMDB de Goiânia. Onde foi recebido com honras, festas, foguetório e discursos de boas vindas no mês de maio de 2013.

Festa

À festa, na Assembleia Legislativa, fechou as ruas e avenidas ao redor do prédio onde estavam deputados, vereadores, o vice-presidente da República, Michel Temer, e Íris Rezende, líder do PMDB de Goiás.

Passados dois anos, as relações entre Iris, o PMDB e o Friboi azedaram. “Ele (Friboi) apoiou o tucano Marconi Perillo nas últimas eleições em detrimento do Íris”, relembrou Lucas do Vale, um dos que votaram pela expulsão.

Para mudar o rumo do confronto, nos bastidores há quem aposta na intervenção de Michel Temer (PMDB), lançando água fria no caso: “Não tenho nada pessoal contra ele”, teria comentado Iris para um empresário, após o julgamento.

Confrontos entre o PMDB de Iris e o jeito de Júnior Friboi fazer política não são recentes. Antes mesmo da festa na Assembleia o boiadeiro era visto com desconfiança. As eleições estaduais potencializaram os confrontos, mas desta vez está em disputa o nome do candidato à Prefeitura de Goiânia.