Partidos da base presidente Dilma Rousseff (PT) no Congresso Nacional e entidades como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União Nacional dos Estudantes (UNE) divulgaram neste sábado em Belo Horizonte manifesto reafirmando o apoio ao Palácio do Planalto, mas também exigindo o fim do ajuste fiscal do governo federal. O documento, que tem quatro pontos, foi anunciado durante o lançamento da Frente Brasil Popular dentro da Conferência Nacional Popular em Defesa da Democracia e por uma Nova Política Econômica.
O primeiro ponto do manifesto fala sobre defesa dos trabalhadores. “Lutamos contra o ajuste fiscal e contra todas as medidas que retiram direitos, eliminam empregos, reduzem salários, elevam tarifas de serviços públicos, estimulam a terceirização, ao tempo em que protegem a minoria rica. Defendemos uma política econômica voltada para o desenvolvimento com distribuição de renda.” Na abertura do encontro, os principais gritos dos cerca de 2 mil participantes, conforme a organização, eram de “Fora Levy” (o ministro da Fazenda, Joaquim Levy) e “Fora Cunha” (o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O segundo ponto fala sobre ampliação da democracia e participação popular nas decisões sobre o País. “Lutamos contra o golpismo – parlamentar, judiciário ou midiático – que ameaça a vontade expressa pelo povo nas urnas, as liberdades democráticas e o caráter laico do Estado.”
O terceiro defende a promoção de “reformas estruturais, para construir um projeto nacional de desenvolvimento democrático e popular: reforma do Estado, reforma política, reforma do Poder Judiciário, reforma na segurança pública com desmilitarização das polícias, democratização de meios de comunicação e da cultura, reforma urbana, agrária, consolidação e universalização do Sistema Único de Saúde (SUS) reforma educacional e reforma tributária”.
O quarto ponto fala sobre recursos energéticos e defesa da soberania nacional. “O povo é dono das riquezas naturais, que não podem ser entregues às transnacionais e seus sócios. Lutamos em defesa da soberania energética, a começar pelo pré-sal, a Lei da Partilha, a Petrobras, o desenvolvimento de ciência e tecnologia, engenharia e de uma política de industrialização nacional”.
Segundo o presidente nacional do PT, Rui Falcão, a reunião em Belo Horizonte teve dois objetivos: “Defender a democracia contra o golpe e promover mudanças para que tenhamos um modelo de desenvolvimento que garanta a distribuição de renda, sustentabilidade, geração de empregos, inclusão social, inflação sobre controle e defesa das riquezas nacionais, como a Petrobras.”
Na avaliação de Falcão, reformas necessárias ao País, como a tributária, esbarram no Congresso Nacional, que, ainda conforme o presidente do PT, tem maioria conservadora. “Então é preciso pressão social, e a Frente Brasil Popular pode fazer essa pressão”, afirmou. Falcão também afirma não ver problemas nas cobranças, como o fim do ajuste fiscal, feitas pelas entidade. Conforme o dirigente, sugestões de mudança na política econômica já foram feitas pelo próprio PT no último congresso da legenda, em Salvador.