Dirigentes de quatro partidos de oposição ao governo estadual reuniram-se, ontem, na sede do PPS, para o que pode ter sido a primeira reunião da fente de oposição, um movimento que PPS, PSDB, DEM e PDT estudam criar e formarem uma agenda comum para atuar nos questionamentos à gestão do governador Roberto Requião e às inúmeras denúncias de irregularidades e corrupção dentro do governo.
Idealizador do encontro, o presidente estadual do PPS, Rubens Bueno, explicou sua motivação. ?Foi uma reunião preliminar, para discutir essas denúncias que vêm de dentro do próprio governo?, informou, Bueno, revelando que já há novo encontro marcado para a próxima semana. Participaram da reunião de ontem o líder da oposição na Assembléia Legislativa e presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, e os presidentes municipais do PDT, vereador Jorge Bernardi, e do DEM, deputado Osmar Bertoldi, além do deputado Marcelo Rangel, líder do PPS na Assembléia.
Ao final da reunião, o PPS divulgou uma carta aberta, que foi lida à tarde por Marcelo Rangel no plenário da Assembléia. Além de citar as diversas denúncias de corrupção no atual governo, o manifesto do partido também aponta problemas econômicos atravessados pelo Estado. ?O PIB do Estado cresce abaixo das taxas nacionais desde 2003. O setor do agronegócios sofre com a política radical de combate aos transgênicos. Um cenário desanimador que se agrava ainda mais com a gestão reconhecidamente caótica do Porto de Paranaguá?, diz a carta, que propõe a frente de oposições com a participação de partidos, entidades e da sociedade paranaense, ?para estancar tantos desmandos que já prenunciam um futuro nada promissor para o nosso Estado?.
Líder do governo na Assembléia Legislativa, o deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB) desdenhou da ?esvaziada? reunião. ?Quem tem voto e articula não participou dessa reunião de ressentidos?, disse o deputado, que classificou a carta do PPS como ?irrisível e despropositada?. Romanelli declarou que o governo do PMDB gera descontentamento de alguns grupos econômicos, que querem um ?terceiro turno?.
