Freire pede lealdade entre tucanos do Paraná

O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, defendeu ontem que o PSDB do Paraná adote uma política de tolerância zero com os quadros infiéis do partido. Na condição de líder de uma aliança de oposição para a sucessão presidencial de 2010, o PSDB tem a obrigação de demonstrar unidade, afirmou o dirigente do PPS, que passou por Curitiba, a caminho de Ponta Grossa, onde foi manifestar apoio ao candidato do partido à prefeitura, Sandro Alex. Ele é adversário do atual prefeito, Pedro Wosgrau, do PSDB, tucano que apoiou a reeleição do governador Roberto Requião (PMDB), em 2006.

Em Londrina, onde o PPS apóia o tucano Luiz Carlos Hauly, o presidente nacional do PPS disse que detectou um movimento nas fileiras do PSDB para depurar o partido.

“O PSDB do Paraná vai começar a ter um momento para discutir aquele tucano que não quer o projeto do partido para o País. Ele terá que ir embora”, disse Freire.

Ele justificou que não pretende se imiscuir na vida interna do PSDB, mas que faz uma “crítica séria” de um aliado, como parte integrante de um projeto nacional e que ajudou na construção da vitória em Curitiba.

Os tucanos são fonte de aglutinação no Paraná e não podem deixar que esta condição seja ameaçada por desalinhamentos internos, analisou Freire. Ele destacou que o Paraná foi o único estado do Brasil onde os tucanos conseguiram liderar uma aliança completa com as siglas de oposição que projetam uma candidatura para 2010.

O exemplo citado por Freire estava no palco do jantar de apoio à reeleição do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), durante a campanha eleitoral. “Curitiba foi a única vez em que o Serra (governador de São Paulo) e o Aécio (governador de Minas Gerais) estiveram juntos nesta campanha. Não porque haja algum problema entre os dois. Mas porque a aliança costurada aqui proporcionou esta condição”, observou.

Dissidentes

A divisão do partido na Assembléia Legislativa, onde apenas dois deputados – Valdir Rossoni e Ademar Traiano – fazem oposição ao governo e a participação de outros tucanos na equipe de Requião são amostras da dissidência tucana criticada por Freire.

“Se essas coisas acontecessem no PPS, nós pediríamos para sair. Os tucanos não podem permitir que tucanos que não tenham postura definida no processo político atrapalhem um projeto nacional que é do PSDB”, reforçou.

O presidente estadual do PPS, Rubens Bueno, disse que, em Ponta Grossa, o fato de Wosgrau ter sido um aliado de Requião constrange alguns setores do PSDB. “O PSDB tem dois candidatos à presidência. Quem não está trabalhando para o projeto com eles, está trabalhando para quem? Para o PT do Lula?”, disparou Freire.

Trunfo

Para o dirigente do PPS, a unidade demonstrada pelo grupo de partidos que apoiou a reeleição de Beto Richa é um trunfo a ser mantido para 2010. Ele considera pouco estratégico começar a discutir agora quem será o candidato ao governo da coalizão na sucessão estadual. “Não podemos jogar fora este grande trunfo. Se começarmos com isso agora, vamos criar problema onde está a solução”, disse.

A composição nacional de forças também vai influenciar na decisão estadual, ponderou o presidente nacional do PPS. Ele observou que um dos casos em que a conjuntura nacional irá interferir sobre a postura estadual é o PDT.

“Será que vão deixar o senador Osmar Dias à míngua de novo? Se o PDT não tivesse inviabilizado a nossa aliança no primeiro turno, hoje, o Osmar seria o governador do Paraná”, afirmou.

Ele se referiu ao lançamento da candidatura do senador Cristovam Buarque à Presidência da República, que impediu a união dos partidos no primeiro turno, já que o PSDB também tinha um candidato à sucessão presidencial.

<,h1>“Lula esconde a dimensão da crise mundial”

O presidente Lula (PT) é um vendedor de ilusões e está escondendo dos brasileiros a real dimensão dos reflexos internos da crise econômica mundial. A crítica foi feita pelo presidente nacional do PPS, Roberto Freire, que aproveitou também para denunciar que a Rede Globo de Televisão está boicotando a oposição no noticiário sobre a crise.

Freire afirmou que está realizando um levantamento que vai comprovar como a emissora está boicotando as lideranças de oposição que se manifestam sobre a crise. “Desde que começou a crise, a oposição não apareceu nenhuma vez para dizer o que pensa. É um absurdo. A Globo decretou que não tem oposição no Brasil. Já o Lula aparece a toda hora. E o País fica sem saber o que a oposição pensa”, disse Freire, que vai formalizar a denúncia à Associação Brasileira de Imprensa.

As medidas que o governo adota para conter a crise também são desconhecidas, atacou o dirigente do PPS. Para ele, o modelo econômico brasileiro iria gerar uma crise, independente da conjuntura internacional. “A crise internacional apenas antecipou um processo e vai lhe dar profundidade maior”, declarou. O presidente do PPS disse que os estudos sobre a inadimplência no País mostram que o índice dobrou no período entre setembro de 2007 e setembro de 2008. “Isso não é efeito da crise. É o efeito da política de Lula”, atacou.

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