O secretário de Administração da Prefeitura de Foz do Jordão, Anselmo Albino Amâncio, foi afastado de suas funções pela Justiça, porque teria pressionado a empresa responsável por realizar concurso público no município, com o objetivo de conseguir as provas que seriam aplicadas. A intenção de Amâncio, para o Ministério Público, seria de fraudar o concurso para que parentes dele fossem beneficiados, entre eles, a esposa e o filho.
A juíza da 2. ª Vara Cível da Comarca de Guarapuava, Fernanda Karam de Chueiri Sanches, concedeu liminar na quinta-feira, dia 4, em ação civil pública proposta pelo Ministério Público afastando o secretário até o julgamento do processo. Segundo o MP, Amâncio tinha vários parentes inscritos. O promotor de Justiça do Patrimônio Público de Guarapuava, Pedro Ivo Andrade, já havia conseguido suspender o concurso por meio de uma medida cautelar.
Segundo Andrade, a tentativa de se fraudar as provas para empregar parentes na prefeitura é mais grave que a contratação de parentes em cargos comissionados – o nepotismo. O promotor afirmou que, enquanto o nepotismo é implicitamente vedado pela Constituição, a fraude é mais grave, porque, entre outros motivos, a pessoa concursada tem a garantia de permanecer no serviço público. "É preciso que seja exercido controle do Ministério Público e da sociedade em concursos públicos", afirmou.
O deputado estadual Tadeu Veneri (PT) também considera a fraude de provas de concurso público para empregar parentes mais grave que o nepotismo. "É uma forma de se tentar legitimar a prática de nepotismo. Não é um simples caso de nomeação, é um caso de polícia", afirmou. Uma vez que diversas promotorias do MP vêm combatendo o nepotismo no interior, Veneri acredita que fraudes em concursos com o objetivo de garantir o emprego de parentes podem ter ocorrido no Estado. "Vai ser preciso agora, uma atenção maior para o controle dessas irregularidades", disse.