França aceita concorrer ao governo de SP pelo PSB

O deputado Márcio França (PSB-SP) informou nessa terça-feira, 11, ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que aceita ser candidato ao governo de São Paulo, alternativa que deve colocar um ponto final na principal divergência entre o PSB e a Rede, de Marina Silva, que não aceita uma coligação em torno da reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Ficou certo que no segundo turno a aliança PSB/Rede apoiará o governador tucano, caso França não vença.

Campos desembarcou em Brasília numa agenda “secreta”, na qual discutiu a situação de São Paulo e de outros Estados considerados problemáticos para a aliança PSB-Rede. O site do governo de Pernambuco informava nessa terça-feira que ele não teria “agenda pública”, sem qualquer menção à viagem a Brasília. O Grupo Estado apurou que o governador retornou à Pernambuco na terça mesmo. A reportagem não conseguiu contatar a assessoria de Campos, que costuma usar jatinhos para deslocamentos nacionais.

Em Minas Gerais, falta pouco para a coligação PSB-Rede apoiar o tucano Pimenta da Veiga, numa reciprocidade ao fato de o PSDB ter desistido de lançar candidato em Pernambuco, onde ficará ao lado de Campos. Para o Rio de Janeiro as negociações apontam para o apoio do PSB-Rede à candidatura do deputado Miro Teixeira para o governo do Estado. Embora seja do PROS do governador Cid Gomes (Ceará), Miro é militante da Rede. Para o Senado o candidato será o deputado e ex-jogador Romário, que é do PSB.

Da reunião, da qual participaram Campos, o vice Roberto Amaral e os principais líderes do partido, foram encaminhadas também soluções para o Paraná, onde a coligação PSB-Rede vai apoiar a reeleição do governador tucano Beto Richa no enfrentamento com a petista Gleisi Hoffmann.

No Rio Grande do Sul, a aliança Campos/Marina quer seguir com a senadora Ana Amélia, do PP. A primeira reunião para tratar desse apoio ocorrerá no dia 22. Como Ana Amélia é de um partido que tradicionalmente caminha por setores tidos como conservadores, ficou combinado que Marina Silva deverá exercer forte controle sobre alas da Rede que poderiam ficar contra essa aliança. Desse modo, no Rio Grande do Sul o PSB mais a chamada “ala consequente” da Rede é que deverão apoiar a candidatura da senadora.

Todas as decisões tomadas, mesmo que provisoriamente, foram acertadas com Marina Silva. A ex-ministra não estava presente, por ser tratar de uma reunião do PSB. Mas o governador Eduardo Campos a consultou por telefone sobre tudo o que foi feito. Campos ligou para Marina por pelo menos sete vezes.

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