O Fórum Social Temático de 2014 discutirá Crise Capitalista, Democracia, Justiça Social e Ambiental entre esta terça-feira, 21, e domingo, 26, em Porto Alegre e Canoas (RS). O encontro de ativistas de organizações não governamentais (ONGs), sindicatos e movimentos sociais deve reunir cerca de dez mil participantes em 270 atividades marcadas para salas da Usina do Gasômetro, Câmara Municipal, Assembleia Legislativa, Universidades Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Luterana do Brasil (Ulbra) em Canoas e também ao ar livre, no Acampamento da Juventude, no Parque da Harmonia.

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O evento é organizado por um comitê local em todos os anos em que não há Fórum Social Mundial centralizado. Pelo menos outros 20, semelhantes, mas com temáticas diversas, estão previstos para 2014 em dezenas de países. A capital gaúcha foi a sede das três primeiras e da quinta edição do fórum centralizado, entre 2001 e 2005. Desde 2010, a capital acolhe o Fórum Social Temático em anos pares.

A edição deste ano recebeu apoio dos governos federal e do Rio Grande do Sul e da prefeitura de Porto Alegre. Cada um destinou o equivalente a R$ 1 milhão em cessão de instalações, infraestrutura, serviços como os de divulgação, tradução, equipamentos de som e passagens e hospedagens para cerca de 300 convidados.

Um dos coordenadores do evento, Mauri Cruz, diz que, ao contrário das primeiras edições do Fórum Social Mundial, o Temático reúne menos intelectuais da Europa e mais ativistas de causas diversas, até mesmo de muitas surgidas depois de 2001. “A Primavera Árabe e movimentos como o Fora do Eixo e o Passe Livre (MPL) são recentes”, afirma. Mas o eixo central, a discussão de alternativas ao neoliberalismo, permanece. “Enquanto Davos (cidade da Suíça que sedia o Fórum Econômico Mundial) está emitindo políticas de concentração de renda e gerando crises como a do sul da Europa, nosso fórum segue afirmando que um outro mundo é possível”, destaca o presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Claudir Néspolo, também do comitê organizador local.

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Sem os nomes da política e das artes internacionais que o Fórum Social Mundial reúne, o Temático atrai políticos locais e nacionais. A programação prevê a presença de seis ministros do governo Dilma Rousseff, mas todas dependem de confirmação. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, deve participar de seminário sobre mobilização social para a 20ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 20) nesta quarta-feira, 22.

Na quinta-feira, 23, são esperados três ministros: a chefe da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, Maria do Rosário, para um debate sobre A Educação como Direito Humano; o ministro da Integração Nacional, Francisco José Teixeira, para conferência sobre Proteção e Defesa Civil, e a ministra da Cultura, Marta Suplicy, para um debate sobre Redes de Cultura. O chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, aborda Democracia Real na sexta-feira, 24. A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campelo, fala sobre o Bolsa Família, no sábado, 25.

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A única atividade desta terça-feira é um debate sobre Pedagogia, Territórios e Resistências, com educadores do Brasil, Colômbia e Espanha, no ginásio poliesportivo da Ulbra, em Canoas, da programação do Fórum Mundial de Educação, um dos eventos do Social Temático. A marcha de abertura, que costuma reunir milhares de ativistas nas ruas centrais da cidade, está prevista para a tarde de quinta-feira.