Fórum Social Mundial vê crise global dos partidos

Dez anos depois da sua criação, o Fórum Social Mundial (FSM), que começa amanhã em Porto Alegre, discutirá alternativas à crise dos partidos tradicionais em todo o mundo. Ao mesmo tempo receberá, amistosamente, alguns astros da “grande política” brasileira. Em ano de sucessão presidencial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as pré-candidatas à Presidência pelo PT, ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e pelo PV, senadora Marina Silva (AC), participarão de eventos no encontro.

Neste ano, um dos pontos em discussão no evento será a possibilidade de constituição de agremiações partidárias globais, devido ao caráter internacional de muitas questões ali tratadas. Mas o fórum continuará longe de virar partido.

A reunião no Rio Grande do Sul será um dos 27 encontros regionais programados pela organização do fórum para este ano. O grande evento internacional, que agora só acontece de dois em dois anos, está marcado para janeiro de 2011, em Dacar, no Senegal.

A edição de Porto Alegre, onde o fórum começou, dez anos atrás, se estenderá para municípios da região metropolitana da capital. São esperadas cerca de 20 mil pessoas. “O fórum não é um partido mundial, é um fórum”, diz Cândido Grzybowski, do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), um dos veteranos do movimento iniciado em 2001. “A crise dos partidos preocupa quem está no fórum, mas não é o fórum que vai resolver isso.”

Outro fundador, Sérgio Haddad, afirma que a relação entre fórum e partidos é tranquila. “Os partidos não propõem atividades”, explica. “Há um diálogo com eles, porque quem viabiliza propostas são governos, e os governos são produto dos partidos.”

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