O governador eleito Roberto Requião (PMDB) decidiu homenagear as lideranças das entidades que encabeçaram o movimento de resistência à privatização da Copel. Entre os seis integrantes do Conselho de Administração da estatal eleitos ontem, três representam sindicatos e entidades de trabalhadores – o presidente da CUT-PR (Central Única dos Trabalhadores do Paraná), Roberto van der Osten; o presidente do Senge-PR (Sindicato dos Engenheiros do Paraná), Lindislei Rasca Rodrigues; e o presidente do Crea-PR (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná), Luiz Antonio Rossafa.
Os demais integrantes são: o futuro diretor-presidente da Copel, ex-governador Paulo Pimentel; o ex-vice-governador Ary Queiroz, que presidirá o Conselho, e o dirigente peemedebista Acyr Mezzadri. Os novos integrantes foram eleitos ontem em assembléia geral extraordinária de acionistas da Copel.
A assembléia dos acionistas elegeu ainda o conselho fiscal que será composto pelos titulares Elzio Batista Machado, Paulo Trompczynskie Maurílio Shimitt. Para a suplência do conselho fiscal, foram eleitos Antônio Rycheta, Nelson Pessutti e Moacir José Soares. A indicação de van der Osten, Rossafa e Rodrigues constitui uma novidade no Conselho de Administração da empresa. Será a primeira vez que lideranças sindicais participarão do Conselho.
Os presidentes da CUT, do Senge e do Crea e Mezzadri participaram da coordenação do Fórum Popular Contra a Venda da Copel, que mobilizou a sociedade em torno do primeiro projeto de iniciativa popular apresentado na Assembléia Legislativa, que impedia a venda da estatal. O projeto foi derrubado pela bancada governista na Assembléia, mas o governador Jaime Lerner (PFL) saiu desgastado no episódio. No final, não conseguiu vender a empresa em decorrência da crise financeira internacional, que afugentou os possíveis compradores da empresa.
Recomposição
Requião já havia indicado para uma das diretorias da empresa o engenheiro Ivo Pugnaloni, que também participou do Fórum Contra a Privatização. O presidente da CUT disse que a intenção do governador eleito ao formar um conselho com representação mais plural é fazer uma reavaliação completa da empresa, após o fracassado processo de privatização. Requião pretende recompor o organograma original da empresa, que durante o processo de privatização foi dividida em cinco áreas: Geração, Transmissão, Distribuição, Telecomunicações e Participações. “Na conversa que tivemos, o governador indicou que uma das principais tarefas desse conselho seria a releitura da empresa e a formulação do processo de junção dos setores”, comentou.