A força-tarefa do Ministério Público Federal, na Operação Zelotes, ajuizou uma ação de exceção de suspeição na quarta-feira, 4, pedindo que o juiz substituto Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, não atue no caso. Segundo a Procuradoria da República, no Distrito Federal, Ricardo Leite não tem imparcialidade para atuar no caso.

continua após a publicidade

Em etapas anteriores da Zelotes, Ricardo Leite já havia recusado pedidos de quebra de sigilos telefônicos e prisões preventivas de envolvidos na investigação, solicitadas pela Procuradoria.

Nesta quarta-feira a juíza substituta Célia Regina Ody Bernardes deixou de conduzir a Zelotes. Ela determinou, em outubro, buscas nos escritórios das empresas de Luís Cláudio Lula da Silva, filho mais novo do ex-presidente Lula.

O titular da 10ª Vara, Vallisney de Souza Oliveira, retornou ao seu cargo de origem. Ele reassumirá todo o seu acervo de processos e procedimentos, incluindo a investigação da Zelotes. A Operação Zelotes apura crimes de evasão fiscal respaldados pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda (Carf).

continua após a publicidade

Ricardo Leite poderia assumir processos decorrentes da Zelotes, caso Vallisney de Oliveira não pudesse atuar.

De acordo com a Procuradoria, Leite perdeu a imparcialidade porque pedidos referente a Zelotes ficaram parados, sem serem analisados. Segundo a força-tarefa, o juiz pediu que tanto o Ministério Público Federal quanto a Polícia Federal tomassem “certas providências”. Na visão dos procuradores, o juiz estava querendo assumir o comando da investigação.

continua após a publicidade

Em agosto, a Associação dos Juízes Federais (AJUFE) manifestou publicamente solidariedade ao juiz Ricardo Leite, que deixou as funções na 10.ª Vara.