Petista toma posse hoje.

Mesmo antes de tomar posse na Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social, padre Roque Zimmermann (PT) já sabe as principais dificuldades que irá encontrar na nova pasta, que a partir de agora passa a englobar as secretarias do Emprego e Relações do Trabalho e a da Criança e Assuntos da Família. Um dos principais projetos do novo secretário, que assume no final da tarde de hoje, é o Fome Zero. “Este projeto não é só contra a fome, é também contra a miséria e a pobreza”, explicou.

“A sociedade civil está se organizando, e vamos chamar também as igrejas católicas e evangélicas, os movimentos populares e sindicatos, para que todos participem”, afirmou. Segundo ele a ação do Fome Zero será feita com base em dois pontos principais. “Primeiro vamos identificar o pobre, saber seu nome, CPF. Se ele não tiver documentos vamos ajudá-lo a fazer, porque combater a fome é resgatar a dignidade humana”, disse. “Em segundo lugar vamos valorizar as experiências que estão dando certo”.

O secretário afirmou ainda que além de dar comida, os participantes do projeto vão participar de cursos, para continuar a receber os benefícios. A escolha das famílias que participarão do projeto já começou. “Estamos buscando dados na Copel, na Pastoral da Criança e nas prefeituras, para descobrir o público alvo, os beneficiários desta ação.”

No entanto, padre Roque faz questão de lembrar que seu trabalho na Secretaria não se resume ao Fome Zero. A união das duas secretarias foi a forma encontrada pelo governo para agilizar os projetos, uma vez que elas sempre trabalharam paralelamente. “A razão da junção das secretarias foi racionalizar gastos e trabalhos. Podemos tocar as coordenadorias tranqüilamente e com mais êxito”, opinou. O orçamento previsto no ano passado para a Secretaria do Emprego é de R$ 35 milhões, e para a da Criança de R$ 30 milhões. “Não há recursos suficientes, mas se aproveitarmos bem daremos passos significativos”. Na manhã de ontem padre Roque recebeu a notícia de que R$ 800 mil estão sendo liberados pelo governo Federal para custeios e promoções de cursos de qualificação profissional. “Este é o primeiro dinheiro que o governo federal está liberando para o Paraná no governo Lula”.

Marginalidade

A violência infantil é outra questão que preocupa o novo governo. “Além do programa da violência contra a criança vamos fazer um trabalho pesado para combater a prostituição infantil”, adiantou. “Queremos gerar emprego e renda para acabar com a marginalidade, e com isso resolveremos um problema social. Vamos combater a raiz do problema.”

Um dos projetos é tratar os meninos infratores que já se encontram em unidades de recuperação. “Temos que mudar a pedagogia e ressocializar os meninos infratores. Já estamos humanizando as unidades pouco a pouco, mas hoje a Unidade São Francisco (localizada em Curitiba) é um mini-Carandiru de menores”, disse, referindo-se ao ex-presídio de São Paulo. “Precisamos fazer algo urgente quanto aos menores, temos que partir para a prevenção.”

De acordo com padre Roque, nos próximos dias ele deverá solicitar ao governador um aumento na verba. “Vamos pedir para ampliar os recursos, porque no Fome Zero vamos precisar de muito dinheiro”, afirmou.

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