Com experiência de 35 anos como policial militar, dos quais os últimos 15 atuando na Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), Gilson Cardoso Fahur (PSD) foi o deputado federal mais votado no Paraná. Com 99,97% dos votos apurados, ele tinha 314.905 votos, próximo ao recorde registrado em 2010 por Ratinho Jr. (358,9 mil), na época no PSC. Sargento Fahur, como é conhecido, com atuação na região de Maringá, vai engrossar a “bancada da bala” na Câmara Federal, e quer atuar contra a ação de bandidos – tanto os soltos quanto os que já estão encarcerados. Ele se aposentou há poucos meses da corporação.
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“Serei intransigente contra direitos para bandidos. Sempre ser um fiscal para não se aprovarem mais benefícios para eles. Quero é cortar. Sei que é difícil, mas não é impossível”, afirmou em entrevista à Gazeta do Povo na noite deste domingo (7). Ele diz esperar contar com a ajuda de outros policiais eleitos para a próxima legislatura: “Vou com muita humildade. Muitas vezes não deixam a pessoa nova aparecer e dificultam a trajetória de deputados novatos, mas vou buscar apoio de outros colegas experientes”.
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Outra linha de atuação, diz ele, é colaborar com projetos para reforçar a segurança na fronteira, tanto com o governo federal como com o governo estadual. “Vou esperar a poeira baixar, passar a euforia com a vitória do Ratinho. Ele já sabe que tenho experiência na área, quero dar mais palpites. Quero ajudar com um projeto para a nossa fronteira o Mato Grosso do Sul e com o Paraguai. Isso está um queijo suíço, passam muitas drogas, armas. Quero também ajudar a equipar com tecnologias de alta performance nossas polícias, com aumento de efetivo e armamento, tudo que precisar para barrar o crescimento do PCC [Primeiro Comando da Capital, facção criminosa]”, afirmou.
Fahur conta que, na época da filiação, em abril, Fernando Francischini, presidente do PSL no estado, considerou que muitas candidaturas com perfil semelhante poderiam “brigar” entre si, disputando votos. “Nós teríamos que fazer 400 mil votos lá para elegermos nós dois e 600 mil para elegemos três. Então, ele estrategicamente acha que não é viável, o que poderia inclusive tirar a vaga dele ou ele tirar a minha”, escreveu, à época. Ele então decidiu se filiar ao PSD, após negociar com Ratinho a possibilidade de apoiar Bolsonaro – independentemente de uma candidatura presidencial do partido.
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Em entrevista à Gazeta do Povo, ele reiterou a informação, e diz que não se arrepende da decisão. “Como o Ratinho tinha almoçado comigo uns meses antes e me oferecido a estrutura do partido para concorrer, optei pelo PSD. Ele foi humilde, ouviu minhas propostas para a segurança pública”, explicou.
Vovô polêmico
Nas redes sociais, Fahur não se furta a defender a causa que acredita. No Facebook – cujo perfil era o mais popular entre todos os candidatos do Paraná, com 2,7 milhões de curtidas, segundo o blog Caixa Zero – ele faz várias postagens defendendo a morte de bandidos e legislação mais dura para crimes. Uma das fotos publicadas tem os dizeres “Bandido no caixão, alegria no meu coração”. Sobre a discussão sobre o pagamento de auxílio-moradia a juízes federais, ele desdenhou de uma campanha que dizia “Juiz Moro, nós também queremos o tal de auxílio moradia”, frase estampada em uma foto em que aparece uma mulher em frente a um barraco. A resposta dele foi: “Simples: estude. É imoral, mas é legal”.
Entre as fotos, postagens de crianças fardadas. No círculo próximo, ele é descrito como do tipo vovô brincalhão. “É o que mais gosta de fazer, fora prender vagabundos”.