Filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, o futuro senador Flavio Bolsonaro (PSL-RJ) criticou nesta terça-feira, 4, a possível candidatura do senador Renan Calheiros (MDB-AL) como presidente do Senado na próxima legislatura. Flavio disse que Renan “queimou a largada” ao se lançar para o cargo e disse que o emedebista está “articulando” e “assediando” novos senadores que ele “nem conhece”. Em seguida, o filho do presidente disse que Renan não representa “a nova forma de fazer política” e, por isso, não terá apoio do futuro governo.

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“Tenho falado do Renan (Calheiros) porque é o único nome que já está colocado de fato (na disputa à Presidência do Senado). É o (nome) que está articulando, está negociando, está assediando alguns senadores recém-eleitos que ele nem conhece ainda. Acho que ele está queimando a largada, mas é uma pessoa que certamente não representa isso, essa nova forma de fazer política. Respeito seu mandato, é um senador eleito, pretendo conversar com ele, converso com todos, mas para apoiar numa candidatura à presidência (do Senado) certamente não vai contar com o meu apoio”, disse.

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Flavio falou à imprensa após visitar o Plenário do Senado, no início da noite, durante sessão deliberativa. O senador eleito pelo PSL cumprimentou alguns de seus futuros colegas na Casa e também o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). Nos últimos dias, Flavio telefonou para alguns dos senadores que ainda têm mandato a cumprir e prometeu visitá-los para se apresentar. Nesta terça, por exemplo, ele se reuniu com o senador Alvaro Dias (PODE-PR), pessoalmente, em seu gabinete.

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Apesar de criticar Renan Calheiros nominalmente, Flavio Bolsonaro tentou amenizar uma possível atuação do futuro governo nas eleições tanto para a escolha do presidente da Câmara dos Deputados como para o Senado Federal. Ele disse que o presidente eleito Jair Bolsonaro “não vai interferir” nessas disputas. Em seguida, se contradisse, e afirmou que a ideia seria “buscar um nome que seja um consenso dessa nova safra que está chegando”.

“Independente da candidatura dele (Renan Calheiros), temos que buscar um nome que seja um consenso dessa nova safra de senadores que está chegando, bem como que possa fazer um trabalho com aqueles que já estão aqui. O governo vai estar aberto para qualquer demanda republicana e eu vou estar junto do líder do governo que for escolhido nesse cenário para auxiliar, para articular também, o resgate da legitimidade do Senado”, disse.

O futuro senador também deu a entender que discorda da tradição do Senado de sempre eleger um presidente que represente a maior bancada, no caso o MDB, que terá 12 senadores a partir de 2019, quando questionado se o partido de Renan Calheiros tinha direito de indicar o novo presidente.

“A tradição nossa, aqui no Brasil, não é em votar nos partidos, é votar nas pessoas, nos indivíduos. Então dentro de todos os partidos há bons quadros e maus quadros, então agora é o momento das candidaturas que estão se colocando se consolidarem e, num segundo momento, haver uma composição para que, repito, o Senado seja coerente com a resposta das urnas”, rebateu.

Flavio ainda aproveitou para dizer que “não é razoável”, neste momento, que os senadores aprovem “despesas bilionárias” ou “arapucas”. “Nosso governo começa em janeiro do ano que vem. Os senadores têm plena consciência do que é razoável e do que não é razoável fazer. Criar despesas bilionárias eu tenho certeza que qualquer cidadão comum, não precisa ser senador, (sabe) não é o caso de fazer nesse momento. E nem criar arapucas e armadilhas com o único intuito de criar alguma resistência que possa sugerir no próximo governo uma negociação não-republicana. Não é a nossa forma de fazer política, não será desse jeito”, disse.