O senador Flávio Bolsonaro, que preside o PSL no Rio de Janeiro, tem dado determinações rigorosas para os integrantes do partido no Estado. Após orientar a saída da legenda da base do governo Wilson Witzel (PSC), o filho do presidente Jair Bolsonaro soltou nota nesta quarta-feira, 18, na qual prega a desfiliação de quem quiser manter cargos na gestão estadual.

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“Aqueles que quiserem permanecer devem pedir desfiliação partidária. Nossa oposição não será ao Estado do Rio, mas ao projeto político escolhido pelo governador Wilson Witzel”, afirmou o senador. O anúncio do desembarque, feito oficialmente nessa segunda-feira, 16, se deu após o governador criticar o presidente da República e negar que tenha sido eleito na esteira do bolsonarismo.

Além de ter a maior bancada da Assembleia Legislativa (Alerj), com 12 deputados, a sigla exerce ampla influência em nomeações para cargos no Executivo, incluindo dois secretários – o de Ciência e Tecnologia, Leonardo Rodrigues, e a de Vitimização e Amparo à Pessoa com Deficiência, Major Fabiana. No entanto, ninguém renunciou até agora.

Prefeitura

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A imposição de Flávio é um teste de força para o parlamentar como dirigente partidário. Alvo da investigação que domina o noticiário político desde o fim de 2018, na qual se apura suspeita de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no período em que era deputado estadual, o senador viu recentemente seu escolhido para concorrer à Prefeitura do Rio, o deputado fluminense Rodrigo Amorim, minguar dentro do partido.

Ainda não há uma definição sobre como o PSL chegará à disputa pelo Executivo carioca em 2020. Há um conflito interno que envolve, como é comum nas decisões políticas do clã do presidente da República, discordâncias entre Flávio e Carlos Bolsonaro, vereador no Rio pelo PSC. Conhecido pela influência que exerce sobre o pai, Carlos discorda do nome de Amorim e conta com o beneplácito do presidente. O deputado federal Hélio Lopes, conhecido como Hélio Negão, seria o candidato favorito de Jair Bolsonaro.

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Essa desarmonia entre os irmãos não é nova. Em 2016, Carlos – ao lado do pai – foi contra a candidatura de Flávio à Prefeitura. O então deputado estadual acabou indo bem e teve 14% dos votos, o que afastou a ideia de que ele poderia registrar um fracasso eleitoral e enfraquecer o projeto de Jair Bolsonaro de concorrer à Presidência.