O deputado estadual pelo Rio de Janeiro e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) afirmou nesta terça-feira, 18, “não ter a menor dúvida” de que as denúncias que envolvem um ex-assessor vieram à tona para atingir ele e seu pai, o presidente eleito, Jair Bolsonaro. O parlamentar, que se recusou a dizer qual teria sido a “explicação bastante plausível” que Fabricio Queiroz lhe dera há alguns dias, disse considerar mal explicado o fato de apenas questões envolvendo seus assessores terem se tornado públicas quando haveria “um monte de gente lá nessa situação também”.
Após participar da cerimônia de diplomação dos eleitos no Rio de Janeiro, Flávio voltou a dizer que quem deve explicações é Queiroz, apontado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) como autor de movimentações atípicas que envolvem R$ 1,2 milhão.
“Eu não tenho que dar mais explicações sobre isso, quem tem que falar é meu ex-assessor. A movimentação atípica foi na conta dele, não foi na minha. Eu não tenho a senha do cara para saber o que houve”, declarou o senador eleito.
“Se especula que ele Queiroz tomava dinheiro dos outros, mas ninguém sabe, ele tem que falar. Cabe a ele esclarecer isso tudo. Eu sou o maior interessado que isso se esclareça, estou há não sei quantos dias apanhando sem nem saber por quê”, continuou.
Depois, Flávio Bolsonaro disse que o relatório veio à tona para prejudicar o futuro governo. “Também há um fato: muitas coisas estão mal explicadas nesse processo todo. Por que só o sigilo bancário dele Queiroz veio a público? Como é que pode? Quebraram o sigilo do cara e veio a público só o dele? Tem um monte de gente lá nessa situação também, similar. Será que é só pra me atingir? Será que é só pra atingir o presidente eleito, pra causar uma desestabilização já no início do mandato dele?”, indagou. “Não tenho a menor dúvida. Se alguém ainda tem dúvida disso, não está sabendo ler nas entrelinhas.”
Logo depois que o jornal O Estado de S. Paulo revelou o relatório do Coaf, Flávio Bolsonaro deu entrevista declarando ter ouvido uma explicação “bastante plausível”, sobre as movimentações, sem no entanto contar qual foi. Sobre isso, o parlamentar voltou a ser sucinto.
“Ele falou alguma coisa, que ele geria o dinheiro da família dele”, comentou Flávio. “Não posso falar (a explicação), ele falou por alto. Não posso assumir uma responsabilidade que não é minha. Não sou responsável pelos atos de terceiros, do seu, do dele. Cada um fala por si.”