Foto: Agência Senado |
Arns: venda danosa. |
Brasília – O CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) deverá se pronunciar no Senado sobre a legalidade da venda da distribuidora Ipiranga para o consórcio formado pelo Grupo Ultra, a Petrobrás e a Braskem. É o que está solicitando o senador Flávio Arns (PT-PR), autor do requerimento aprovado ontem pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal.
Segundo Arns, a venda promoverá danosa concentração do setor petroquímico sob o comando do Consórcio, o que pode caracterizar a ocorrência de crime contra a ordem econômica. ?Estima-se que, com a operação, a Braskem ficará com 75% da produção brasileira de eteno, principal componente básico da produção de polietileno para a indústria de plásticos, o que agride o princípio da livre concorrência?.
Arns também alega em seu requerimento que a venda da Ipiranga chama a atenção neste momento em que são observados indícios de formação de cartel no setor de combustíveis. ?Pergunto se esta fusão entre os postos BR, da Petrobrás, e os postos do Grupo Ipiranga, agora dos mesmos donos, não fará com que os consumidores sejam reféns de preços idênticos, praticados agora por uma empresa que detém 50% do mercado nacional?, questiona.
Além dos motivos citados pelo senador paranaense, a venda da Ipiranga também está sendo questionada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que está pedindo a quebra do sigilo bancário de outros investidores investigados por suspeita de uso de informação privilegiada na venda do grupo ao consórcio formado por Petrobras, Braskem e Ultra.