O senador Raimundo Lira (PMDB-PB) afirmou nesta sexta-feira, 6, que, na condição de presidente da comissão especial do impeachment, teve de “fazer um esforço” para que “a oposição não esmagasse os governistas” durante os debates nas sessões. “Tínhamos que ter esse equilíbrio, pois havia uma explícita identificação de que a oposição era numericamente muito superior aos representantes do governo”, disse Lira, destacando que buscou conduzir os trabalhos de forma “suprapartidária e imparcial”.

continua após a publicidade

Depois de encerrada a sessão, Lira informou que já sabe como vai votar, mas só vai declarar seu posicionamento no plenário do Senado, na próxima quarta-feira. “Já tenho essa convicção. É um voto claro e explícito que irei manifestar já na condição de senador, não mais como presidente da comissão.”

Segundo o regimento interno, Lira só poderia votar na comissão em caso de empate. No entanto, o resultado do placar foi 15 x 5, a favor da admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Ainda não há informações sobre como funcionará a votação no plenário do Senado. Segundo Lira, o mais provável é que não haja tempo para que os demais senadores debatam sobre o relatório de Antonio Anastasia (PSDB-MG), uma vez que o documento “já foi muito bem discutido, contando com a participação de membros, não-membros e suplentes”. “A essas alturas, de 70% a 80% dos senadores já conhecem o teor do relatório”, disse Lira.

continua após a publicidade

Ele salientou, ainda, que “cumpriu sua missão” e que teve “muito cuidado de criar condições para que a defesa trabalhasse de forma completa e não fizesse reclamações”. O senador destacou que seguiu o rito previsto em lei e as diretrizes definidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Fomos rigorosos em relação ao regimento. As possibilidades de judicialização são mínimas, mas logicamente a Advocacia-Geral da União tem direito legal de entrar com recurso.”