O governador do Pará, Simão Jatene (PSDB) nomeou a própria filha, Izabela Jatene, secretária Extraordinária de Integração de Políticas Sociais. Essa secretaria não existia na nova estrutura de governo e surge dois meses depois de o governador extinguir alguns órgãos e fundir outros, alegando economia de despesas. A nomeação foi publicada na edição do último dia 13 do Diário Oficial do Estado. O salário de um secretário de governo, limpo, alcança R$ 21 mil.

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Depois que se reelegeu para governar pela terceira vez o Estado, Jatene decidiu cortar gastos, reduzindo de 26 para 18 o número de secretarias. Ele também promoveu a demissão de servidores remanescentes do governo de Ana Júlia Carepa (PT), a quem sucedeu, além de remover dirigentes indicados pelo atual senador Jader Barbalho, seu antigo aliado, com quem está rompido.

O deputado Tiago Araújo (PPS), cujo partido é da base de sustentação do governo na Assembleia Legislativa, criticou a nomeação de Isabela, dizendo que isso vem no momento em que o País sai às ruas condenando velhas práticas políticas. “Eu não concordo com isso e essa é a minha posição”, declarou Araújo em meio a gravação de um programa de TV para uma emissora de Belém.

Dois opositores do governo, os deputados Iram Lima (PMDB) e Carlos Bordalo (PT), também foram incisivos em condenar a nomeação da filha do governador. Segundo Lima, o PMDB e os outros partidos de oposição estão analisando juridicamente a melhor maneira de contestar a medida tomada por Jatene. Para Bordalo, o governador quis, com a criação da secretaria, “oficializar a permanência” de Izabela no governo, já que anteriormente ela dirigia o Pro-Paz, um programa de assistência a pessoas carentes.

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Em nota, a assessoria do governador informou que as secretarias extraordinárias estão previstas na lei nº 6.378, de 12 de julho de 2001, cuja denominação é definida “conforme a necessidade e foco da política pública”. Disse ainda que essas secretarias não possuem orçamento próprio. A equipe é composta por sete profissionais, cujo custeio é assumido pela atual estrutura de cargos vinculados à Casa Civil do governo do Estado. “A estrutura, já prevista em lei, foi mantida na reforma administrativa”, resume.