O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta segunda-feira, 11, que o prazo máximo para o PSDB realizar prévias para definir o candidato à Presidência em 2018 é março. Fernando Henrique também relativizou o comentário do presidente nacional interino do partido, senador Tasso Jereissati (CE), de que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), é o “primeiro da fila” na disputa. Para FHC, a fala de Tasso Jereissati tem a ver com o tempo em que Alckmin está na política.

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“Geraldo está há mais tempo na política. Nesse sentido, é o primeiro da fila. Isso significa que tem lugar garantido? Não”, disse o ex-presidente, após uma palestra oferecida pelo Lide – Grupo de Líderes Empresariais, organização criada pelo prefeito da capital paulista e também postulante ao cargo, João Doria (PSDB).

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FHC reiterou que acha saudável a competição na legenda e se disse feliz pela sigla ter mais de uma opção “com vontade e em posição” de se candidatar ao Planalto. O tucano declarou também não ter preferência entre a escolha do candidato via prévias ou por meio de pesquisas de opinião. “Se não estiver claro quem tem chance, o partido faz prévias”, disse, ao acrescentar que as pesquisas dizem “pouca coisa” nesta altura, a cerca de um ano da eleição. “A pesquisa não é o único indicador. Tem de ver qual a ideia da pessoa, o que ela representa, quais os apoios efetivos que a pessoa tem. Não é só uma avaliação numérica, é qualitativa também”, resumiu.

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Por outro lado, Fernando Henrique disse entender que março é a data-limite para a realização de prévias, uma vez que é preciso dar espaço às agremiações para fazer a campanha.

Palocci

O ex-presidente disse também que o depoimento do ex-ministro Antônio Palocci ao juiz Sergio Moro “vai ter peso na compreensão do que aconteceu” nas gestões petistas. FHC lembrou que o ex-ministro da Economia era um homem que gozava da “intimidade” do governo.

Em depoimento a Sergio Moro na última quarta-feira, Palocci confirmou as acusações contra Lula em relação ao suposto esquema de propina envolvendo a compra de um terreno. Palocci disse ainda que foi feito um “pacto de sangue” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Emílio Odebrecht. “Palocci era um homem da intimidade do governo, então isso certamente vai ter peso na compreensão do que aconteceu”, argumentou.

FHC também defendeu o instituto da delação premiada, que foi colocado em cheque após a prisão de Joesley Batista da JBS. “O fato de que a pessoa foi e é um pouco fanfarrona não é suficiente para anular delação”. O ex-presidente ponderou, porém, que é preciso complementar a delação com outros indícios. “Como você pode garantir que o delator não tem outro interesse? Não pode. Tem que avaliar e complementar a delação com outras delações e elementos probatórios dos materiais que houverem.”

FHC defendeu a delação premiada e lembrou que o instituto foi recentemente introduzido na legislação brasileira e que está em outras democracias ocidentais. “É difícil para pessoas de outras tradições como a nossa aceitar, mas ela funciona. Funciona nos EUA e funciona bem”, declarou.