Diante da possível vitória do candidato do PT, Fernando Haddad, à Prefeitura de São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que o PSDB “precisa voltar a ter uma atitude muito mais próxima do que o povo está sentindo”. “Tem que estar alinhado com o futuro.”
Ao chegar para votar no Colégio Sion, em Higienópolis, em torno das 12h40, FHC disse que o PSDB, “no conjunto do Brasil, vai se sair bem melhor do que estava antes”.
Questionado sobre se José Serra foi uma boa escolha para ser o candidato do partido, disse que, “se não fosse um bom candidato, não teria ido para o segundo turno”.
Disse que Serra foi um candidato que mostrou “tenacidade”, ” energia”. Mas admitiu que “o partido vai precisar de renovação”. “A gente tem que empurrar os novos para ir para a frente”, disse.
Mensalão
Sobre a hipótese de o PT ganhar a administração do maior orçamento municipal do país, disse que “o peso não é político, tem que ter cuidado para gerir esse orçamento”.
FHC fez a ressalva de que Haddad é uma pessoa séria, mas “agora, depois do mensalão, todo mundo ficou de olho”. Para FHC, “o mensalão não é uma coisa para ser analisada só eleitoralmente, se interferiu na votação.
“É uma coisa que diz respeito à conduta das pessoas. Nesse sentido, interfere. Eu não gosto pessoalmente de ficar torcendo pela condenação das pessoas, não é o meu estilo. Mas acho que o fato de o tribunal [Supremo] ter tomado a decisão de punir, espero que isso iniba muita gente a repetir.”
O ex-presidente disse que “chegou o momento de os partidos botarem a mão na consciência”, inclusive o PT. “Não pode passar impune, que não aconteceu o mensalão. Aconteceu e envolveu a cúpula do partido. Vou colocar debaixo do tapete? Ou enfrentar essa questão? Vou considerar herói quem participou [do mensalão]?”
