O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, disse “estar gostando” da movimentação do governador Eduardo Campos, que, mesmo sem admitir publicamente, trabalha visando a Presidência da República. “É bom para o País”, afirmou Guerra, durante o velório do ex-ministro da Justiça e um dos protagonistas da luta pela redemocratização do Brasil, Fernando Lyra, na tarde desta sexta-feira, no plenário da Assembleia Legislativa, no Recife. Para Guerra, o senador tucano Aécio Neves também precisa se movimentar. “Ele deveria estar mais ativo, em campanha no País”, defendeu.
O vice-governador de Pernambuco, João Lyra, contou que o irmão Fernando Lyra achava que a política “tem essa coisa de destino” e acreditava que Eduardo Campos “estava predestinado a ser governador de Pernambuco e com certeza será presidente do Brasil”.
Eduardo, neto do ex-governador Miguel Arraes, conheceu Fernando Lyra ainda criança e era seu amigo pessoal. “Fernando teve a capacidade de atravessar muitos desafios, tive oportunidade de viver com ele momentos bonitos da vida brasileira”, disse o governador, que decretou luto oficial de três dias no Estado. Para ele, deve-se guardar a imagem de Fernando Lyra vivo, lutando por democracia, liberdade e fazendo política com seriedade. “Ele sempre teve força para lutar por causas justas”.
Lyra tinha 74 anos e deixou a mulher Márcia e três filhas – Renata, Patrícia e Juliana. Ele morreu nesta quinta-feira (14), no Instituto do Coração, por falência múltipla dos órgãos. O ex-ministro ficou internado durante 47 dias.
As dependências da Assembleia ficaram lotadas de políticos pernambucanos de todas as matizes partidárias e de amigos. As palavras eram sempre de admiração pelo político destemido e pelo ser humano amigo, generoso e confiável. “Ele foi uma grande inspiração para a minha geração”, afirmou o prefeito do Recife, Geraldo Julio, 41 anos, que também decretou luto oficial no município.
Depois de uma cerimônia religiosa, o corpo de Fernando Lyra foi levado, em um caixão envolto na bandeira de Pernambuco, para ser enterrado no cemitério Morada da Paz, no município metropolitano de Paulista.